Revista dos Pneus 52
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Os pneus com a pressão correta correm<br />
1 um risco muito menor de sofrer danos<br />
e furos, proporcionando maior segurança,<br />
quer para o veículo e operadores quer para<br />
a circulação rodoviária. Por outro lado, os<br />
pneus duram mais e as carcaças ficam em<br />
melhores condições de serem recauchutadas.<br />
Poupando custos de reparação <strong>dos</strong> pneus e<br />
de imobilização <strong>dos</strong> veículos, o saldo é ainda<br />
mais positivo.<br />
Claro que a pressão correta também diminui<br />
o consumo de combustível. Num<br />
2<br />
conjunto articulado de 12 pneus, 10% de<br />
pressão a menos nos pneus dá um prejuízo<br />
na bomba que varia de €500 a €1.000 por<br />
ano, dependendo da carga e da velocidade<br />
de circulação, entre outros fatores. Numa frota<br />
de 100 veículos, basta fazer as contas para ver<br />
o prejuízo que a empresa pode ter.<br />
Havendo menor consumo, também há<br />
3 benefício para a conservação <strong>dos</strong> recursos<br />
(ou reservas de petróleo) e para a saúde do<br />
meio ambiente, com menos emissões de CO 2,<br />
NOx, partículas e HC.<br />
Logicamente, com os pneus à pressão<br />
4 correta, os veículos são mais facilmente<br />
conduzi<strong>dos</strong> e controla<strong>dos</strong> nas situações mais<br />
exigentes, como curvas, travagens e manobras,<br />
tornando as deslocações mais rápidas e<br />
mais seguras. Mais serviço, menos acidentes<br />
e menores custos = a maior rentabilidade da<br />
frota.<br />
O pneu enchido à pressão especificada<br />
5 dura, como é evidente, muito mais, reduzindo<br />
os custos da frota com pneus. Só os<br />
tais 10% de pressão a menos são suficientes<br />
para reduzir a vida do pneu em 5%, mas a<br />
partir daí para baixo, as consequências são<br />
muito mais dramáticas. De pouco valem as<br />
técnicas de aumentar a profundidade <strong>dos</strong><br />
pneus, a recauchutagem e a correta gestão<br />
<strong>dos</strong> pneus, que em condições normais podem<br />
aumentar a vida de um pneu novo em<br />
150%. Sem pressão correta, tudo isso é tempo<br />
e dinheiro perdi<strong>dos</strong>.<br />
SISTEMAS TPMS<br />
Há, basicamente, dois sistemas de controlo<br />
eletrónico da pressão <strong>dos</strong> pneus, que têm<br />
vindo a melhorar a cada nova geração, tanto<br />
em termos de fiabilidade, como de resistência<br />
ao desgaste. Os de medição indireta e os e<br />
medição direta da pressão. Nos primeiros, é<br />
utilizado o sinal do sensor do cubo da roda do<br />
sistema ABS, que é transformado pelo software<br />
da unidade de controlo em pressão, devido a<br />
diminuição do diâmetro da roda com menor<br />
pressão, que é obrigada a dar mais voltas para<br />
percorrer a mesma distância das outras.<br />
Nos sistemas de medição direta, é instalado<br />
um sensor de pressão na válvula do pneu ou<br />
mesmo no interior da banda de rolamento<br />
do pneu. O sinal do sensor de pressão é, geralmente,<br />
transmitido por uma tecnologia<br />
sem fios (rádio frequência, por exemplo) à<br />
unidade de controlo, que verifica quando a<br />
pressão desce abaixo do mínimo autorizado.<br />
Em qualquer <strong>dos</strong> casos, é emitido um sinal<br />
acústico e/ou visual ao condutor ou encarregado<br />
de manutenção da frota, que mais<br />
não tem do que acertar a pressão do pneu<br />
em causa, verificando, se possível, a origem<br />
do problema. Se a pressão se mantiver estável,<br />
o sistema apenas confere o estado <strong>dos</strong><br />
pneus de 15 em 15 minutos. O sistema tem<br />
um interface na cabina que permite ao condutor<br />
visualizar to<strong>dos</strong> os pneus do veículo e<br />
as respetivas pressões em tempo real.<br />
Claro que, se o motorista não o fazia antes,<br />
não é pelo aviso do sistema TPMS que irá fazê-<br />
-lo depois de o ter montado no veículo. No<br />
entanto, nas frotas mais evoluídas, o sistema<br />
de controlo da pressão <strong>dos</strong> pneus está ligado<br />
diretamente ao centro de controlo de frotas,<br />
via telemétrica, permitindo ao gestor de frota<br />
exercer vigilância sobre os que controlam ou<br />
não a pressão <strong>dos</strong> pneus. Mesmo assim, só<br />
quando estiverem disponíveis os avança<strong>dos</strong><br />
sistemas de controlo automático de pressão<br />
de pneus de pesa<strong>dos</strong>, que corrige a pressão<br />
através do cubo da roda, é que o problema<br />
ficará totalmente resolvido.<br />
CUSTO VS RENTABILIDADE<br />
O custo atual de um sistema de controlo da<br />
pressão <strong>dos</strong> pneus fica por apenas €25 por<br />
pneu na origem, sendo a sua montagem<br />
extremamente simples. Isto significa que o<br />
veículo amortiza o investimento na primeira<br />
viagem média/longa e começa a rentabilizar<br />
logo a partir da segunda viagem. No caso<br />
de veículos que não trazem o sistema TPMS<br />
de origem, a montagem de um sistema num<br />
conjunto trator com seis rodas e num reboque<br />
com três eixos de roda<strong>dos</strong> simples e seis rodas<br />
(12 no total), a instalação de um sistema de<br />
controlo de pressão pode variar entre €1.000<br />
e €1.500, dependendo do sistema e respetivas<br />
funções. Nos veículos com reboque ou<br />
semirreboque, este tem de dispor de uma<br />
unidade de controlo independente, que fica<br />
ligada à unidade central de processamento.<br />
Isso torna o sistema mais caro do que num<br />
camião sem reboque de seis rodas.<br />
De qualquer modo, a amortização num veículo<br />
de transporte de utilização intensiva<br />
é extremamente rápida, mesmo contando<br />
apenas com a economia proporcionada em<br />
combustível e em pneus. Se considerarmos<br />
as avarias que evita e os possíveis acidentes<br />
causa<strong>dos</strong> por pneus, o investimento é amortizado<br />
logo à partida e ainda sobra muito<br />
dinheiro. u<br />
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