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Ebook Simoes JB LMF

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J a c k s o n d e B r i t o S i m õ e s | 38<br />

Exibindo um comportamento completamente distinto dos materiais<br />

clássicos, as <strong>LMF</strong> apresentam uma deformação elástica em carregamento de<br />

tração uniaxial que pode chegar a 10% no seu estado austenítico; nos aços<br />

essa deformação é de apenas 0,20% (Otsuka e Wayman, 1998). Esse<br />

fenômeno (alta deformação elástica) está associado a uma transformação<br />

martensítica, que tem a característica de ser termoelástica e reversível,<br />

diferentemente da transformação martensítica convencional que ocorre nos<br />

aços (Lagoudas, 2008).<br />

Segundo Pereloma e Edmonds (2012) os primeiros materiais em que<br />

foram observadas e identificadas às transformações martensíticas (TMS) foram<br />

os aços. Estes, quando aquecidos a elevadas temperaturas situadas no campo<br />

da fase austenítica e posteriormente temperados em água, aumentam<br />

significativamente a sua dureza. Em observações via microscópio óptico após<br />

tempera, uma estrutura lamelar fina e em forma de “agulhas” foi visualizada<br />

sendo denominado de “martensita” em homenagem ao seu descobridor, o<br />

então metalurgista Alemão Adolf Martens (Funakubo, 1987).<br />

As TMS têm início somente quando o material atinge valores abaixo da<br />

temperatura de início da transformação martensítica (Funakubo, 1987).<br />

Quando este tipo de transformação ocorre na maioria de ligas ferrosas e nos<br />

aços, os cristais da martensita (M) não continuam a crescer depois de<br />

formados. Desta forma, a transformação continua pela nucleação de novos<br />

cristais de M remanescente no material, pela diminuição da temperatura.<br />

Assim, os cristais de M são então nucleados de forma individual no sólido, os<br />

quais crescem rapidamente (aproximadamente 1/3 da velocidade de ondas<br />

elásticas em sólidos) não voltando a crescer ou decrescer por mudança da<br />

temperatura, ou seja, trata-se de uma transformação irreversível, nãotermoelástica<br />

e que ocorre por cisalhamento da rede cristalina (Fremond e<br />

Miyazaki, 1996).<br />

Nas transformações termoelásticas presentes nas <strong>LMF</strong>, uma vez<br />

nucleados os cristais de M, estes crescem a uma velocidade proporcional à<br />

taxa de resfriamento. De forma similar, o mesmo se aplica aos cristais de<br />

austenita durante o aquecimento. Assim, as TMS são decisivas para promover<br />

o EMF, no qual, aumentar se a temperatura a martensita torna-se instável, e a<br />

transformação inversa sucede. Caso essa transformação seja<br />

ISBN 978-85-463-0222-2<br />

SUMÁRIO

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