Ebook Simoes JB LMF
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J a c k s o n d e B r i t o S i m õ e s | 54<br />
estrutura austenita é iniciada (caminho 5-6). Esse trecho representa a<br />
transformação inversa da fase MIT em fase austenita de forma semelhante ao<br />
caminho (2-3) até que a recuperação completa seja atingida (ponto 7). O platô<br />
de deformação à tensão constante é extremamente importante e designou<br />
aplicações biomédicas que utilizam <strong>LMF</strong> (detalhes disponíveis em 2.1.5) (Lecce<br />
e Concilio, 2014).<br />
Uma resposta superelástica ideal proporcionaria os caminhos (1-7)<br />
sobrepostos, isto é, uma completa recuperação da deformação durante<br />
descarregamento sem a incidência de qualquer deformação residual. No<br />
entanto, na maioria das respostas superelásticas isso não ocorre e a presença<br />
de algumas tensões residuais, que podem surgir por diferentes causas,<br />
geralmente proporciona a não superposição dos pontos 1 e 7 (Shahinpoor e<br />
Schneider, 2008). As deformações residuais, por exemplo, podem ser<br />
atribuídas as frações de austenita ou MIT que não se transformam durante o<br />
carregamento ou descarregamento respectivamente (Rao et al., 2015).<br />
Adicionalmente, durante a transformação (regiões 2-3 ou 5-6), ambas as fases<br />
podem coexistem tendo em vista que a deformação é altamente não<br />
homogênea, e como resultado algumas frações da <strong>LMF</strong> não se transformarem<br />
a partir de austenita para MIT ou vice-versa. Por fim, maiores níveis de tensão<br />
acima do ponto (4), podem favorecer a formação de deformações residuais<br />
devido a uma possível plastificação da fase martensítica modificando as<br />
propriedades de transformação das <strong>LMF</strong>.<br />
Portanto, quando uma <strong>LMF</strong> é submetida a uma deformação próxima ao<br />
seu limite elástico, deformações plásticas podem ser induzidas fazendo com<br />
que as curvas geradas no ensaio DSC apresentem-se semelhantes às<br />
apresentadas na Figura 16. Neste caso, apresentando picos de transformação<br />
mais largos e com menores energias fazendo com que as temperaturas de<br />
transformação austenita e martensita apresentem-se mais altas (Shahinpoor e<br />
Schneider, 2008). Esse fenômeno é proveniente da variação estrutural dos<br />
cristais e do alto nível de tensões internas induzidas pelas deformações<br />
plásticas principalmente. Entretanto, as propriedades de transformação da<br />
célula de cristal da liga não se alteraram, apenas a microestrutura do material<br />
varia. Esse fenômeno de memória de forma pode ser observado ainda que um<br />
alto nível de tensões internas esteja presente (Fernandes, 2013). Os termos<br />
ISBN 978-85-463-0222-2<br />
SUMÁRIO