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Fabricação de Componentes Miniaturizados de Ligas com Memória de Forma NI-Ti Usando Fundição de Precisão | 49<br />
Ao submeter uma <strong>LMF</strong>, que está em uma temperatura abaixo de MF, a<br />
um carregamento mecânico em baixos níveis de deformação, a curva tensãodeformação<br />
se comporta de forma semelhante à curva elástica dos metais<br />
clássicos (caminho 1-2). A partir do ponto (2), quando a tensão crítica de<br />
orientação martensítica é atingida, a pseudoelásticidade começa a ser<br />
percebida. Com a continuidade do carregamento, as variantes martensíticas se<br />
reorientam na direção do carregamento sendo tipicamente associados com<br />
grandes deformações macroscópicas (~ 6-8%) ou a mudança de forma<br />
(caminho 2-3). Estas deformações macroscópicas formam um platô<br />
martesíntico devido às cargas puramente mecânicas. Se o carregamento for<br />
prosseguido (deformado acima do ponto 3), a fase martensita orientada sob<br />
tensões mais elevadas pode sofrer deformação plástica permanente devido o<br />
deslizamento dos planos, impossibilitando a recuperação de forma.<br />
Durante o descarregamento (caminho 3-4) é perceptível a recuperação<br />
elástica da fase martensítica (normalmente entre 0,5-1%) acompanhado de<br />
uma deformação residual aproximada de 4-6%, dependendo do nível de tensão<br />
no carregamento (ponto 4), ou seja, o material não retorna completamente seu<br />
estado não deformado (ponto 1). Estas deformações residuais parecem<br />
irrecuperáveis, semelhantes às observadas em metais clássicos que são<br />
plastificadas quando as deformações vão além do seu limite elástico. No<br />
entanto, no caso das <strong>LMF</strong>, esta deformação residual pode ser recuperada após<br />
aquecimento e isso capacita as <strong>LMF</strong> com características únicas dentro do<br />
grupo dos metais.<br />
A deformação que é induzida na fase martensítica (abaixo da<br />
temperatura crítica MF na qual a <strong>LMF</strong> é extremamente maleável), inicia sua<br />
recuperação (caminho 5-6-7) quando o material é submetido a um aquecimento<br />
acima da temperatura crítica As (ponto 6) provocando o início da alteração<br />
estrutural do material para a fase austenita, que é mais rígida. A transformação<br />
é completada quando a temperatura atinge ou excede AF, ponto (7). Esse<br />
efeito, também conhecido como Efeito Memória de Forma Unidirecional é<br />
caracterizado por não apresentar durante o resfriamento da <strong>LMF</strong> nenhuma<br />
alteração macroscópica observável, ainda que a estrutura sofra uma<br />
transformação martensítica direta (A → M) (Funakubo, 1987). Assim, quando a<br />
<strong>LMF</strong> é submetida a um nível de deformação aparentemente plástica, esta<br />
ISBN 978-85-463-0222-2<br />
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