NA OPINIÃO DE... CARTOLA OU TOQUE NÃO DEVERIA ESTA SER UMA ESCOLHA INDIVIDUAL DE CADA CAVALEIRO ? Fo t o :RPG Fo t o :Ri ta Fe r n a n d e s ©Lu s i ta n o Wo r l d <strong>EQUITAÇÃO</strong> 8 MAGAZINE
PUB Esta tem sido uma temática sobre a qual tenho reflectico bastante. Se por um lado entendo as novas directivas da Federação Equestre Internacional (FEI), por outro, corremos o risco de passar a mensagem de que a Dressage pode ser perigosa. Acredito que a segurança se atinge ao construir uma relação com o nosso parceiro baseada na confiança e compreensão total, muito mais do que por usar equipamento de protecção. Ocavalo e o homem têm caminhado lado a lado durante toda a história da humanidade. Desde a sua domesticação, há mais de 10 000 anos, os cavalos e o homem estão juntos, sendo esta simbiose parte do caminho de evolução da raça humana. A globalização viu o seu início nos dorsos dos cavalos e os reis conquistaram os seus reinos com estes nobres animais. A nossa relação existe desde que há memória e o cavalo viu a sua evolução desde alimento, a uma ferramenta de trabalho, a um companheiro que dá ao homem liberdade e nos faz sentir completos: é uma relação de cumplicidade, amizade, parceria. A Dressage, como disciplina Olímpica, levou esta ligação a todo um outro nível. Com o objectivo de atingir uma harmonia total entre TEXTO daniel pinto homem e o cavalo é de uma beleza digna de contemplação.» O Grande Prémio, como nível mais alto deste desporto, torna-se o expoente da harmonia e parceria entre cavalo e cavaleiro. Assistir a uma Freestyle de Grande Prémio, é observar arte pura, em que cavalo e cavaleiro dançam juntos. Os cavaleiros preparam-se para uma prova de Grande Prémio como se de uma gala se tratasse: impregnado de tradição, este desporto requer que os cavaleiros empreguem traje formal de Dressage, que tenham um aspecto altamente elegante. São seguidas regras restritas do “dress code”, incluindo a casaca de abas de uma só cor, na qual são permitidos discretos ornamentos como uma gola de tonalidade diferente, um bordado modesto ou ornamentos em cristal, botas de ensino pretas e uma cartola elegante. A Dressage n ã o é a p e n a s u m d e s p o r t o: é a e p í t o m e d e e l e g â n c i a e a r t e d a e q u i t a ç ã o e m h a r m o n i a c o m o c a v a l o cavalo e cavaleiro, em que dois corações batem como um só, a Dressage não é apenas um desporto: é a epítome de elegância e arte da equitação em harmonia com o cavalo. Como um desporto competitivo, a Dressage é definida pela FEI como “a expressão máxima do treino do cavalo, onde é esperado que cavalo e cavaleiro executem, de memória, uma série de movimentos pré-determinados”. Os cavaleiros de Dressage almejam um completo conhecimento, comunicação sem falhas e uma harmonia perfeita de equilíbrio, em que o cavaleiro leva o cavalo à sua manifestação máxima de movimentos. No website da FEI pode ser lido: «Dressage é a expressão máxima do treino do cavalo e elegância. Frequentemente comparada ao ballet, a intensa conexão entre o Desde há alguns anos, a FEI tem vindo a envolver-se numa campanha global para promover o uso de dispositivos de protecção para a cabeça - vulgo toque. Em Novembro de 2019, foi aprovado o uso obrigatório de toque para desportos equestres: seguindo as novas regras, «os cavaleiros de Dressage terão de usar o toque a todos os momentos decorridos em eventos FEI, quer dentro da carriére durante a sua prova, quer fora da mesma, a partir do dia 1 de Janeiro de 2021.» Esta nova regra retira das disciplinas individuais o seu poder de regulamento próprio, em que o uso de equipamento de protecção, em contexto de prova, seria decidido pelas mesmas. Deste modo, a nova norma torna obrigatório o uso do toque sempre que o cavaleiro esteja a montar em locais pertencentes a uma organização FEI. No entanto, esta regra permite que as dis- <strong>EQUITAÇÃO</strong> 9 MAGAZINE