Raides quando há um aceleramento inerente do metabolismo e a consequente produção de subprodutos que necessitam de ser transformados para ser eliminados. Nos cavalos de resistência equestre, os danos hepáticos poder-se-ão traduzir apenas na perda de rendimento desportivo. Sobretudo no contexto de competição em que os cavalos têm que dar o máximo, podem surgir manifestações inespecíficas como, por exemplo, má recuperação cardíaca, anorexia e membranas mucosas congestionadas (tóxicas), com tempo de replecção capilar aumentado. Diagnóstico O diagnóstico ante-mortem faz-se pela monitorização das enzimas hepáticas no sangue (GGT, AST, FA e SDH) e níveis de bilirrubina. A confirmação faz-se por biópsia ecoguiada do fígado e histopatologia. Os cavalos conseguem mesmo triar as plantas tóxicas? Nem todos. Deve-se partir do pressuposto que em circunstâncias particulares, tais como mudanças de ambiente, pastagens sobre-pastoreadas, pisoteadas ou muito contaminadas, qualquer cavalo pode ingerir plantas tóxicas, seja por tédio ou por falta de alternativa. Mesmo em paddocks sem pastagem, há relatos de cavalos que ingeriram plantas tóxicas nas orlas e por debaixo do cercado. Heliotropium Senecio Vulgaris Senecio jacobea A problemática dos fenos O mais perigoso são os fenos oriundos de pastagens contaminadas e/ou espontâneas. Isto porque, nesta situação, os cavalos acabam por perder completamente a capacidade de distinguir as plantas tóxicas. É, por isso, imperativo que, nos cavalos de competição, a origem do feno seja conhecida ou certificada. Em último recurso, pode-se recorrer à identificação das plantas no feno, um processo moroso, normalmente realizado por conhecedores de botânica e que necessitam da presença de folha, já que só os caules não permitem a distinção das plantas. Gestão das pastagens Mais do que eliminar as plantas das pastagens, a não ser que estejamos a falar de pequenos paddocks em que é exequível a monda, é mais sustentável delinear estratégias que, antecipadamente, evitem o seu desenvolvimento. Essas estratégias passam por cultivar gramíneas que compitam com as plantas infestantes e, por isso, impeçam o seu desenvolvimento. Um aspecto curioso é a recomendação de não manipular plantas tóxicas à frente dos cavalos, uma vez que quando manipuladas pelo Homem, os cavalos identificam-nas como benignas. Portanto, a monda deve ser feita longe da vista dos cavalos. Finalmente, em pastagens contaminadas, o fornecimento de bom feno em quantidade suficiente pode ser um elemento dissuasor para a ingestão destas plantas. Há tratamento para os cavalos afectados? Se os insultos forem pequenos não há tratamento específico. Deve-se apenas proceder a uma alimentação com menos proteína, para não sobrecarregar o fígado e para que haja menor produção de amónia, esperando assim que o fígado recupere, já que é o órgão com maior capacidade de regeneração do organismo. Animais com sintomatologia explícita de doença hepática têm mau prognóstico. Resumindo... Em suma, é fundamental assumir que os cavalos podem ingerir as plantas tóxicas de uma pastagem e que isso pode ter consequências no seu rendimento desportivo. É também crucial certificar-se da origem do feno e que estes não se encontrem contaminados, sob pena de os seus cavalos não atingirem os resultados esperados. m Bibliografia: F.Clamote, P.V.Araújo, J.D.Almeida, D.T.Holyoak, M.Porto, J.Lourenço, A.Carapeto, A.J.Pereira, et al. (2020). Senecio vulgaris L. - mapa de distribuição. Flora-On: Flora de Portugal Interactiva, Sociedade Portuguesa de Botânica. http://www.flora-on.pt/#wSenecio+vulgaris. https://equipedia.ifce.fr/elevage-et-entretien/alimentation/intoxicationalimentaire/intoxications-vegetales-equides.html https://jb.utad.pt/flora Vídeos: Primenko, Nathalie. Les intoxications à l’herbage https://www.youtube.com/watch?v=HxDGOb-j6BA. IFCE Cault, Gilbert. Intoxications vegetales du printemps chez les equides https://www.youtube.com/watch?v=tDbpr_zRMQI Cault, Gilbert Intoxications végétales d’automne chez les équidés https://www.youtube.com/watch?v=nLVZtN5zmbw <strong>EQUITAÇÃO</strong> 68 MAGAZINE
COUDELARIA MONTE DO CASÃO HERDADE DAS BOIÇAS Na Coudelaria Monte do Casão predominam as cores Lazão e Palomino firmando a forte influência dos Garanhões selecionados: D. Juan do Cabeção e Imperador do Cabeção Localização: Monte do Casão | Herdade das Boiças Barro Branco | Borba Estrada da Nora Tlm: 917 618 866 | Email: mcasao@sapo.pt | www.facebook.com/MonteDoCasao/