Revista eMOBILIDADE+ #04

NOVOS HÁBITOS
As nossas cidades foram-se
transformando em função do
automóvel. E agora tem de se investir
em alterá-las novamente para termos
cidades mais seguras para o peão,
para o utilizador de bicicleta, para
uma mobilidade mais suave
incentivam as pessoas a interagir com
o seu meio envolvente. Esta abordagem
inclusiva ao transporte cria um
ambiente urbano mais conectado e
vibrante;
Quanto às vantagens comuns:
» Económicas – mais gente a pé, de
bicicleta ou até de moto implica menos
carros a circular. E a redução do
congestionamento do trânsito resulta
em economia de tempo e aumento
da produtividade, para uns e outros.
Além disso, os investimentos em
infraestrutura ciclável geram empregos,
impulsionam as economias
locais e aumentam as oportunidades
de turismo, pois as cidades tornam-se
mais atraentes tanto para moradores
como para visitantes;
» Sustentabilidade Ambiental – se a
mobilidade activa é ecologicamente
correcta, a suave também diminui
consideravelmente emissões, tanto na
produção dos veículos como depois
na sua utilização. E, além da melhor
qualidade do ar, há também uma redução
da poluição sonora, ajudando
a tornar as cidades mais habitáveis e
sustentáveis para todos;
DESAFIOS E SOLUÇÕES
Esta evolução/restauro implica uma
mudança de mentalidades e de décadas
de hábitos e posturas civilizacionais.
A pedagogia é, portanto, fundamental.
E é aqui que o trabalho nas escolas se
torna essencial. Costumo dizer que é
um 3 em 1: estamos a ajudar mentes
ainda praticamente virgens de maus
hábitos a começarem a agir da melhor
forma logo à partida; estamos a pôr as
crianças e jovens a ajudar-nos a evoluir
as mentalidades e comportamentos
dos seus familiares, o que directamente
sabemos ser muito mais complicado;
e fica ainda a esperança de estarmos
a criar alguns ‘activistazinhos’. Daí a
importância de movimentos e formatos
como o Kidical Mass, o Bicycle Heroes
ou as ‘bicicaravanas’ para a escola.
Espreite-as, vale a pena.
Também ao nível das infraestruturas os
desafios são grandes. As nossas cidades
foram-se transformando em função do
automóvel. E agora tem de se investir
em alterá-las novamente para termos
cidades mais seguras para o peão, para
o utilizador de bicicleta, para uma mobilidade
mais suave. E se, em alguns
casos, a redução da velocidade de circulação
dos veículos rodoviários muito
contribuirá para uma partilha mais
segura do espaço público, noutros implica
obras estruturais para reconquista
de espaço e reformulação de todo o
conceito de circulação urbana.
Portanto, para conseguirmos uma
mobilidade mais activa e mais suave,
mais sustentável ambiental e socialmente,
temos que garantir também a sua
segurança. E assim seremos, nós e as
cidades, mais felizes e saudáveis.
Nota: este texto está escrito no português de
Portugal que decidi adoptar, sem a maior parte
do (des)acordo ortográfico.
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