Revista eMOBILIDADE+ #04

odoviário só será capaz de atrair e reter
condutores se assentar na cooperação
entre todas as partes interessadas e os titulares
de direitos para garantir trabalho
digno, direitos laborais fundamentais e
verdadeiras proteções sociais”, declarou
Stephen Cotton, o seu homólogo da ITF.
O QUE OS MOTIVA
Para um motorista existem diferentes tipos
de razões para permanecer motivado
no seu trabalho. De acordo com uma
pesquisa interna da Volvo (2019) com
base em 151 entrevistas com transportadores
de longa distância de 16 nacionalidades,
as três principais prioridades
dos motoristas são conforto e espaço na
cabine e segurança. O estudo também
indica uma crescente consciencialização
sobre a saúde, principalmente por parte
dos motoristas mais jovens, e um crescente
interesse em linhas de transmissão
ecológicas.
“Conforto, espaço e segurança são as
mesmas prioridades há muitos anos,
então definitivamente há uma continuidade
para estes requisitos básicos.
Também podemos ver uma correlação
entre a duração da jornada e o nível
FEEDBACK
Os motoristas muitas vezes ficam
felizes por dar feedback e contribuir
para um melhor desempenho.
Prestar atenção ao feedback do
motorista é essencial, para sentir
que ele está a ser entendido
de satisfação de determinadas marcas.
Quanto mais tempo você passa no seu
camião, mais importante é o espaço e a
segurança”, analisa Delphine Maury.
As prioridades do motorista podem
variar segundo as suas nacionalidades
e em que países e rotas a sua empresa
se movimenta. A verdade é que nem
todos os motoristas têm a capacidade de
pagar por paragens seguras de camiões,
detetou Delphine.
Mas, o que se entende por CONFORTO
DO MOTORISTA?: De acordo com a
pesquisa, este conforto refere-se, prin-
AS AÇÕES PROPOSTAS
cipalmente, aos arranjos para dormir e
descansar, que são considerados muito
importantes, bem como o conforto do
seu assento enquanto conduz. Quando
questionados sobre o que preferem,
além do conforto básico do banco do
motorista, mais de 58% priorizam
maior espaço para descanso e relaxamento.
E por ESPAÇO DE CABINE?: É tido
como essencial, já que 72% de todos os
motoristas inquiridos consideraram-no
muito importante. Cada centímetro
pode agregar valor e a sensação de
espaço é ainda mais importante para
motoristas de longa distância.
E a SEGURANÇA?: Envolve tanto a
segurança do camião quanto a de quem
o conduz. Neste sentido, as três principais
prioridades de recursos solicitados
são o alerta de roubo de combustível,
alarme para ataques de gás e uma tranca
de segurança interna complementar da
porta da cabine. Para a segurança do
motorista, 62% destes - segundo um
recente estudo online interno da Volvo
(2022) - disseram preferir assistência à
condução, como manutenção de faixa,
assistência de mudança de faixa, travagem
de emergência. A segunda prioridade
de segurança do condutor mais
apreciada diz respeito aos diferentes
Segundo o plano conjunto da IRA e ITF, são três as ações propostas, e terá
necessariamente que envolver outras figuras, seja a ONU, os governos nacionais
e a indústria.
Tendo como destinatários as Nações Unidas e outras organizações internacionais,
propõe-se “o desenvolvimento de um quadro global com orientações
claras para proteger os condutores não residentes, a melhoria das condições dos
condutores e o aumento da coesão social, bem assim como a harmonização das
normas de qualificação e o reconhecimento transfronteiriço.”
Tendo como alcance os governos nacionais, pretendem a IRU e ITF “alterar e
aplicar os procedimentos de imigração laboral para proteger os condutores não
residentes, reduzir a burocracia para permitir uma imigração legal mais fácil para
os condutores atuais e potenciais, reforçar o reconhecimento das qualificações
de países terceiros através de acordos bilaterais, investir e aumentar a aplicação
das leis e regulamentos relativos ao transporte rodoviário, e subsidiar programas
nacionais de formação e integração.”
Destinado aos operadores de transporte rodoviário, pressupõe que se “desenvolvam
programas de integração operacional para que os condutores não
residentes recebam as mesmas condições que a sua mão-de-obra doméstica e
apoiem processos de treino, gestão de competências e certificação.”
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