negócios & sustentabilida<strong>de</strong> Alê Oliveira O case Love Trash Ricardo Esturaro é escritor, administrador <strong>de</strong> empresas e especialista em marketing, estratégia e sustentabilida<strong>de</strong> ricardo@esturaro.com Ricardo Esturaro No cenário corporativo, é comum associar iniciativas sociais a gran<strong>de</strong>s empresas, como Patagonia e IKEA, ou encontrá-las em publicações especializadas, como a Revista Stanford Social Innovation. Contudo, não <strong>de</strong>vemos subestimar o impacto das pequenas e médias empresas, que também merecem nossa atenção. Um exemplo notável é a trajetória <strong>de</strong> sucesso <strong>de</strong> Isabel Nascimento, uma empreen<strong>de</strong>dora recifense que, há três anos, teve a coragem <strong>de</strong> iniciar um negócio com o propósito <strong>de</strong> unir impacto social e ambiental. Sua visão? Acreditar no po<strong>de</strong>r da educação para promover a inclusão social <strong>de</strong> mulheres e jovens. Assim nasceu a Love Trash. A Love Trash é uma spin-off da Arbor, empresa pertencente à mesma família e reconhecida como a maior fabricante <strong>de</strong> persianas e cortinas do Nor<strong>de</strong>ste, com distribuição em 400 revendas por todo o Brasil. Essa nova empresa, com foco estritamente socioambiental, surgiu usando a inovação para atacar duas necessida<strong>de</strong>s fundamentais: a redução <strong>de</strong> resíduos industriais e a inclusão <strong>de</strong> mulheres em situação <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> no mercado <strong>de</strong> trabalho. Um dos projetos mais notáveis da Love Trash envolve a transformação <strong>de</strong> resíduos têxteis em ferramentas <strong>de</strong> educação ambiental e formação profissional <strong>de</strong> mulheres chefes <strong>de</strong> famílias. Este processo não apenas transforma vidas, mas também proporciona dignida<strong>de</strong>, elevando a autoestima, o bem-estar e a segurança <strong>de</strong>ssas famílias. Através <strong>de</strong> um ateliê situado na comunida<strong>de</strong> do Bo<strong>de</strong>, em Recife, a empresa capacita mulheres assistidas pelo Instituto <strong>de</strong> Assistência Social Dom Campelo em costura profissional, artesanato e upcycling. Em <strong>20</strong>22, a Love Trash expandiu seu alcance ao colaborar com mães assistidas pela Fundação Altino Ventura, que presta apoio a crianças com microcefalia e outras <strong>de</strong>ficiências. O trabalho continua a se expandir. O mais importante é que o atual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios permite que essa prática seja replicada em outras comunida<strong>de</strong>s, com o objetivo contínuo <strong>de</strong> capacitar e incluir mais pessoas, especialmente as que estão fora do círculo econômico e produtivo. Os produtos <strong>de</strong>senvolvidos pela Love Trash <strong>de</strong>stacam- -se pela qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sign impecáveis, <strong>de</strong>sconstruindo a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que produtos sustentáveis são necessariamente <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> inferior. A Love Trash coloca em prática os princípios <strong>de</strong> economia circular e lixo zero <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, otimizando o uso <strong>de</strong> insumos, muitos dos quais substituem o plástico. Itens como ecobags, sacolas reutilizáveis, utensílios <strong>de</strong> mesa e necessaires, entre outros, têm conquistado gran<strong>de</strong> sucesso no mercado. A maioria <strong>de</strong>sses produtos substitui itens <strong>de</strong>scartáveis, contribuindo para a redução do <strong>de</strong>sperdício. Além disso, com o apoio <strong>de</strong> <strong>de</strong>signers, a Love Trash também <strong>de</strong>senvolve produtos com resíduos sólidos da fábrica, como bambu e ma<strong>de</strong>ira, transformando-os em óculos, capas <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>rno e brincos. Atualmente, a Love Trash aten<strong>de</strong> a mais <strong>de</strong> 100 clientes em todo o Brasil, com <strong>de</strong>staque para resorts <strong>de</strong> luxo. A atuação da empresa se ampliou, criando um ecossistema <strong>de</strong> ações com o apoio <strong>de</strong> parceiros para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> sua ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> clientes e fornecedores que <strong>de</strong>sejam apren<strong>de</strong>r com a Love Trash a incorporar <strong>de</strong> maneira profissional ações sociais e sustentáveis em seus negócios. A base <strong>de</strong>sse processo é a educação, que transforma e inspira a todos. A Love Trash nos lembra que a verda<strong>de</strong>ira responsabilida<strong>de</strong> corporativa vai além <strong>de</strong> doações esporádicas e está centrada na criação <strong>de</strong> um impacto duradouro e transformador na socieda<strong>de</strong> e no meio ambiente. Sua maior lição é a <strong>de</strong> que, juntos, po<strong>de</strong>mos costurar um futuro melhor. “A Love Trash nos lembra que a verda<strong>de</strong>ira responsabilida<strong>de</strong> corporativa vai além <strong>de</strong> doações esporádicas” 18 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>23 - jornal propmark
Na favela, não tinha <strong>de</strong>livery. Agora tem. Não tinha horta comunitária. Agora tem. Não tinha fintech. Agora tem. Não tinha bolsa <strong>de</strong> valores. Agora tem. Na favela, ainda não tem... BORA FAZER TER? VOTE GILSON RODRIGUES PROFISSIONAL DE INOVAÇÃO CABORÉ <strong>20</strong>23