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Colecão 2020

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Outras LeituraS

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Nesse processo de conhecer o que denominamos divino,

o Deus que é amor aos poucos se transforma no amor que é

Deus. Repetindo: nesse processo, o Deus-amor transforma-

-se aos poucos no amor-Deus – sem fronteiras, eterno, ultrapassando

todo e qualquer limite e nos chamando para seguir

esse amor em todos os recantos da criação. Caminhamos para

dentro desse Deus e nos deixamos absorver por esse amor expansivo,

abundante e gratuito. Quanto mais nos adentramos

nesse amor e partilhamos dele, mais nossa vida se abre para

novas possibilidades, para a sacralidade transpessoal e para

a transcendência ilimitada.

Enfim, descobrimos que nossa experiência de Deus é

como o ato de nadar num eterno oceano de amor ou interagir

com a presença despercebida do ar: inspiramos amor e

expiramos amor. Essa experiência é onipresente, onisciente

e onipotente. Jamais se esgota, sempre se expande. Quando

procuro descrever essa realidade, as palavras me falham, então

simplesmente digo o nome Deus. Esse nome, entretanto,

para mim não é mais o nome de um ser – nem mesmo um ser

sobrenatural ou supremo. Não é o título de um taumaturgo

ou mágico nem de um salvador, mas é algo tão nebuloso e tão

real quanto a presença divina. É um símbolo daquilo que é

imortal, invisível, atemporal.

Esse amor é algo semelhante às pegadas de Deus nas quais

procuro andar, mesmo quando descubro que esse caminho

me leva a lugares que temo. Porém, quando olho à frente, vejo

adiante, escondendo-se nas esquinas do desconhecido, o que

poderia ser chamado de as costas do divino. Então descubro

que o motivo pelo qual não consigo ver Deus, mas só o lugar

por onde ele passou, é o fato de que Deus está nitidamente

dentro de mim, assim como diante de mim. Deus é parte de

quem sou e parte de quem você é. Deus é amor, portanto amor

é Deus. Eis minha segunda definição de um Deus não-teísta:

102 O Rosto Amado de Deus

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