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ApresentaçãO
Assim nos afirma um ditado
indiano: “A amizade é
como uma trilha em uma
floresta: se não é pisada,
desaparece”. Nesse sentido, podemos
dizer que Deus é aquele que
pisa nossas trilhas, que toca nossa
existência, que nos procura e se torna,
Ele mesmo, “Caminho, Verdade
e Vida” (Jo 14,6).
Em sua procura amorosa pelo
humano, o ser de Deus se torna história;
a Encarnação, por conseguinte,
é o sinal distintivo da fé cristã (Cf.
Catecismo da Igreja Católica, n. 463).
Abrir o coração a Deus é, portanto,
permitir ser abraçado por Ele.
Nesse abraço, Seu Rosto se revela e
nosso “eu” se (re)constitui em uma
dinâmica de relação: ser abraçado
por Ele e abraçá-Lo com todo o nosso
ser torna-nos capazes de abraçar
todo irmão e irmã e sermos, ao
mesmo tempo, abraçados por eles
num real encontro de reciprocidade
amorosa.
Percebemos, assim, que as relações
que travamos se efetuam por
“revelação”. Quando dois indivíduos
se aproximam, só podem conhecer
aquilo que mutuamente é
revelado. O outro não é um conceito
abstrato ou um objeto que está sob
o domínio de um sujeito: ele sempre
tem um “rosto”, que somente pode
ser compreendido numa dinâmica
de acolhimento, de abertura, de gratuidade.
No Natal, o rosto de Deus
vem a nós para nos revelar que
Deus é Amor, um amor que tem necessidade
de alguém para receber
seu beijo.
O Rosto Amado de Deus, obra de
nossos “manos de caminhada”, Pe.
Paulo Botas e Pe. Eduardo Spiller,
nasce, portanto, de uma profunda
necessidade pastoral: a celebração
do Natal não se trata de um ritualismo
sentimental, repleto de processos
mercadológicos; o Natal deve revelar
que toda a nossa vida consiste em viver
o Cristo, ou seja, amar.
14 O Rosto Amado de Deus