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Boa-Nova que nos faz saber que um escapou do censo ordenado por Cesar Augusto e
que, portanto, não foi incluído como um dado estatístico. Não comemoramos uma data
que colocou tudo em ordem, mas um início de um tempo em que a justiça de Deus se
manifesta em toda a sua plenitude. A solidão acabou porque os homens e mulheres
têm a mão que os guia, que os salva e os consola. O evangelista revela que o Verbo não
somente entra no mundo, mas se torna um membro da humanidade e declara que a presença
de Deus (Shekinah), até então na tenda da Aliança, está agora plenamente realizada
na tenda de carne do Emmanuel. A divindade não se sobressai como um árbitro destacado
e eterno do contexto terrestre, mas está implicada na complexidade da realidade
humana. O evento decisivo da nossa existência e o artigo de fé fundamental do cristianismo
é a encarnação do Verbo. No Natal, é desvelado que o Cristo é a Palavra que exige
escuta; é a Vida que exige adesão do coração; é a Luz que exige a luta contra a cegueira
para que possamos todos juntos, peregrinos, construir a cada nova geração um mundo
de justiça e paz. No entanto, alguns natais são anunciados sem nenhum engajamento
de fé. Um natal folclórico, mercantilizado, ruidoso e de um ritualismo consumista; um
natal emotivo, marcado pelo infantilismo e que, apesar dos sentimentos, sabe calcular
os impulsos de generosidade; um feriado natalino para ser aproveitado em viagens esnobes,
que nos levem o mais distante possível de todos. Finalmente, um natal dos que
foram um dia batizados e que, ao menos uma vez por ano, vestem o disfarce de cristãos
para poder passar pelo umbral das igrejas mais próximas que lhes ofereça um horário
de celebração mais cômodo para não atrapalhar a ceia natalina e a troca de presentes.
Outros natais são possíveis de ser acrescentados à lista uma vez que são apenas pretextos
para qualquer coisa. Que neste dia de Natal sejamos capazes de colocar nas nossas
vidas um pouco menos de qualquer coisa, como os restos de nossas ceias. Que sejamos
capazes de conseguir um pouco menos de alienada religiosidade e um pouco mais de fé
comprometida com Aquele cujo nome é “Conselheiro Admirável, Deus Guerreiro, Pai
dos Tempos Futuros e Príncipe da Paz” (Is 9, 5).
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Natal
Dia 25
Grupo Marista 67