Outras LeituraS7Ah, mas, ah! – enquanto que me ouviam,mais um homem, tropeiro também,vinha entrando, na soleira da porta.Aguentei aquele nos meus olhos, e recebium estremecer, em susto desfechado. Masera um susto de coração alto, parecia amaior alegria.Soflagrante, conheci. O moço, tão variadoe vistoso, era, pois sabe o senhor quem,mas quem, mesmo? Era o Menino! O Menino,senhor sim, aquele do porto do de--Janeiro, daquilo que lhe contei, o que atravessouo rio comigo, numa bamba canoa,toda a vida. E ele se chegou, eu do bancome levantei. Os olhos verdes, semelhantesgrandes, o lembrável das compridas pestanas,a boca melhor bonita, o nariz fino,afiladinho. Arvoamento desses, a gente estatelae não entende; que dirá o senhor, eucontando só assim? Eu queria ir para ele,para abraço, mas minhas coragens não deram.Porque ele faltou com o passo, numrejeito, de acanhamento. Mas me reconheceu,visual. Os olhos nossos donos de nósdois. Sei que deve de ter sido um estabelecimentoforte, porque as outras pessoaso novo notaram – isso no estado de tudopercebi. O Menino me deu a mão: e o quemão a mão diz é o curto; às vezes pode ser omais advinhado e conteúdo; isto também.E ele como sorriu. Digo ao senhor: até hojepara mim está sorrindo...cPara que referir tudo no narrar, pormenos e menor? Aquele encontro nossose deu sem o razoável comum, sobrefalseado,como do que só em jornal e livro éque se lê. Mesmo o que estou contando,depois é que eu pude reunir relembradoe verdadeiramente entendido – porque,enquanto coisa assim se ata, a gente sentemais é que o corpo a próprio é: coraçãobem batendo. Do que o que: o real roda epõe adiante: – “Essas são horas da gente.As outras, de todo tempo, são as horasde todos” – me explicou o compadre meuQuelemém. Que fosse como sendo o trivialdo viver feito uma água, dentro delase esteja, e que tudo ajunta e amortece – sórara vez se consegue subir com a cabeçafora dela, feito um milagre: peixinho pediu.Por que? Diz-que-direi ao senhor oque nem tanto é sabido: sempre que se começaa ter amor a alguém, no ramerrão, oamor pega e cresce é porque, de certo jeito,a gente quer que isso seja, e vai, na ideia,querendo e ajudando; mas, quando é destinodado, maior que o miúdo, a gente amainteiriço fatal, carecendo de querer, e é umsó facear com as surpresas. Amor desse,cresce primeiro; brota é depois.João Guimarães Rosa (1908-1967). Grande Sertão:veredas. 18. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. p.129-130.108 O Rosto Amado de Deus
Toca-nos a nós,de nós dependeque as palavras de Deusnão se percamdepende de nós,de nósque não somos nada de nada,de nósque só passamos na terrauns anos de nada,depende de nósassegurar a estas palavrasuma segunda eternidadeeterna.****Há que salvar-se juntos.Há que chegar juntosà casa de Deus.Não vamos nos encontrarcom Deusestando uns separadosdos outros.Há que pensar um pouconos outros,há que trabalhar um poucopelos outros.O que nos diria Deusse chegássemos até Eleuns sem os outros?Outras LeituraS8Charles Péguy (1873-1914). Palabras cristianas. Salamanca: Ediciones Sígueme, 1964. p. 64, 112.cGrupo Marista 109
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