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Outras LeituraS
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Por que as autoridades religiosas e os
fariseus não podiam crer em Jesus? Porque
não percebiam o sentido de urgência.
Quando as pessoas não meditam com
simplicidade sobre as leis de Deus e sim
começam a pensar nelas e, como os fariseus,
estão apegadas à aplicação concreta
destas leis demandadas pelos homens,
elas começam, sem o saber, a viver dentro
da segurança de seu próprio mundo. E
tudo isto em nome de Deus. A Lei de Deus
está em suas mentes, mas não em sua própria
carne. Não têm nem mais a mínima
ideia de que a Lei de Deus não é nada mais
do que “urgência”!
Uma vez um ermitão perguntou ao demônio:
“Quando tentas a um ermitão, o
que fazes em primeiro lugar?”. O demônio
lhe respondeu: “Deixo que organize
a sua vida”. Vivemos na ilusão, se pensamos
que organizando perfeitamente nossa
vida mediante a cuidadosa observância
de uma ordem do dia, hora de levantar-se,
de rezar, etc., estamos servindo a Deus.
Este não pode ser um critério autêntico
de vida espiritual. Na paz superficial e na
segurança, não há lugar para a confiança.
[...]
c
Se eu fosse um demônio, para tentar a
um grupo religioso sério, pedir-lhe-ia que
criasse muitas leis e regras e que logo organizassem
sua vida. Os membros desse
grupo poderiam pensar que a observância
destas leis é o caminho para servir a Deus,
mas gradualmente Deus se retiraria. Logo
após isto, em nome da busca da verdade,
eles propagariam essas leis mediante palavras
e ideias. E isso significaria apenas
que estavam conscientemente dando voltas
e voltas, e sua vida de dedicação estaria
vazia. Quanto mais sentissem o vazio,
tanto mais iriam querer organizar diversos
encontros e atividades, tudo isso em
nome de Deus. Pouco a pouco, eles mesmos
tomariam o lugar de Deus. Se ademais,
lhes fosse permitido possuir muitos
bens, o demônio e o mundo não precisariam
persegui-los, porque já seriam seus
aliados.
Shigeto Oshida (1922-2003). Takamori Soan: enseñanzas
de Shigeto Oshida, um maestro Zen. Buenos Aires:
Continente, 2005. p. 72-73, 74-75.
112 O Rosto Amado de Deus