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Colecão 2020

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AdventO

Dia 17

Os cristãos não se diferenciam dos outros

homens nem pelo país, nem pela língua,

nem pelas instituições. De fato, não

moram em cidades próprias, nem empregam

linguagem estranha, nem levam uma

vida diferente. Não foi por imaginação

ou complicadas elaborações que vieram

ao conhecimento desta doutrina, nem se

apoiam em dogmas humanos, como tantos

outros. Moram em cidades gregas ou

bárbaras, conforme o acaso os colocou;

seguem os costumes do povo local em matéria

de roupas e de alimentos e, quanto

ao mais, manifestam seu admirável modo

de viver e propõem ao consenso de todos

o incrível estado de sua vida. Habitam em

suas pátrias, mas como inquilinos; têm

tudo em comum com os outros como cidadãos

e tudo suportam como peregrinos.

Todo país estrangeiro lhes é pátria e toda

pátria, terra estrangeira. Casam-se como

todo mundo e procriam, mas não rejeitam

os recém-nascidos. Têm em comum a

mesa, não o leito.

Estão na carne, porém, não vivem segundo

a carne. Moram na terra, mas têm

no céu sua cidade. Obedecem às leis promulgadas,

e com seu gênero de vida, ultrapassam

as leis. Amam a todos e por todos

são perseguidos. São ignorados e, no

entanto, condenados; entregues à morte,

dão a vida. Mendigos, enriquecem a muitos;

tudo lhes falta e vivem na abundância.

Vilipendiados e no meio das infâmias enchem-se

de glória; cobertos de ignomínia,

cresce sua reputação; por isso mesmo obtêm

a glória. Destruída sua fama, a justiça

dá-lhes testemunho. Repreendidos, bendizem.

Tratados com desprezo, prestam

honra. Ao fazerem o bem, são castigados

como maus; punidos, alegram-se como se

revivessem. [...]

Numa palavra: o que é alma para o

corpo, assim são no mundo os cristãos. A

alma está em todas as partes do corpo; e

os cristãos em todas as cidades do mundo.

A alma está no corpo, mas não vem

do corpo; os cristãos estão no mundo,

mas não são do mundo. A alma invisível é

guardada pelo corpo visível. Todos veem

os cristãos, pois habitam no mundo, contudo,

sua piedade é invisível. [...]

Carta a Diogneto (final do século II, d. C.). “Os cristãos

no mundo”. In: Liturgia das horas. Ofício das Leituras.

São Paulo: Paulinas, 1985. p. 419-420.

Grupo Marista 55

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