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pavio que ainda fumega”. Ele não esmorecerá enquanto não estabelecer a justiça da
Aliança do Senhor em toda a terra. Ele trará a verdade à tona, abrindo os olhos dos
cegos e livrando da prisão os que vivem nas trevas. O evangelista afirma que o batismo
de todos os cristãos e cristãs é o mesmo de Jesus, o Cristo, e, portanto, é o Espírito de
Jesus que nos anima, conduz e fortalece. Jesus, o Filho Amado, mergulha nesta história
da salvação integrando todos os seus antigos sinais: a travessia da arca de Noé pelas
águas do dilúvio, “símbolo do batismo que agora nos salva, o qual não consiste em lavar
a sujeira do corpo, mas em comprometer-se diante do Senhor com uma consciência
limpa” (1 Pd 3, 21); a travessia do Mar Vermelho “onde todos foram batizados na nuvem
e no mar, vinculando-se a Moisés”(1 Cor 10, 1-2) e, finalmente, o batismo por João
Batista, expressão do amor trinitário, no qual o Pai, pelo Espírito, declara o seu Filho,
Bem-amado. Pedro, após o batismo do centurião romano Cornélio, exorta-nos a compreender
que o Senhor não faz distinção entre as pessoas, mas aceita quem pratica a
justiça qualquer que seja a nação a que pertença. Os Evangelhos revelam esta dimensão
universal de Jesus: a salvação é para todos os povos e para todos os tempos. E a nós cabe
vingarmos este desígnio de justiça e amor. Como batizados pelo Espírito, precisamos
nos abrir à liberdade do amor e acreditarmos na declaração do Pai, que também é feita a
nós: somos seus filhos e filhas, amados e amadas, e em nós repousa, terna e eternamente,
o seu bem-querer. O cardeal Lustiger, de Paris, exortava: “Aquele que vem do Alto
penetra no mais profundo do abismo. Aquele que é o amor assume o lugar do amado.
Aquele que é o perdão assume o lugar do pecador. Aquele que se entrega e se dá assume
o lugar daquele que é incapaz de se entregar e se dar. Aquele que é luz assume o lugar
do cego. Aquele que é a Palavra, sem dizer nada, assume o lugar dos mudos que nós
somos para que do céu se faça ouvir a Voz. E sobre Ele o Espírito se espalhou. Sobre
ele o perdão dos pecados se realizou, pois o perdão dos pecados é a efusão do Espírito.
E, para nós, a graça é conhecer esta libertação e esta alegria e, no mistério do Cristo,
receber o mesmo batismo e o mesmo perdão”. Resta-nos testemunhar ao mundo que o
Pai julga tudo e todos em função da prática da justiça e do amor. E é o seu Filho Amado,
nosso irmão, que realiza este julgamento no Espírito de Liberdade e de Ternura. Como
apregoa São Gregório de Nazianzeno: “Sede como luzes no mundo, isto é, como uma
força vivificante para os outros homens. Permanecendo como luzes perfeitas diante da
grande luz, sereis inundados com maior pureza e fulgor pela Trindade”.
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Natal
Dia 43
Grupo Marista 97