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Chegamos a ser plenamente humanos, quando somos mais
do que humanos, quando permitimos a Deus que nos conduza
para além de nós mesmos a fim de alcançarmos o nosso ser
mais verdadeiro. 1
QUANDO CHEGOU A PLENITUDE DOS TEMPOS... (Gl 4, 4)
O envio do Filho coincide com a geração humana de Jesus: foi gerado
no ventre de uma mulher pela vontade de Deus, que o coloca no mundo
na qualidade de Enviado do Pai. Devemos aprender a discernir entre o ato
genital de pais procriadores e o ato de paternidade e maternidade, que é de
natureza relacional e se origina do amor que alimenta a alteridade.
O Pai existe no passado como memória de futuro, e o Filho no
futuro como conhecimento e reconhecimento do passado; e o
Espírito Santo no presente como desprendimento de amor,
como puro esquecimento que suprime a barreira do passado e a
irrestringibilidade do futuro, porque ele não se fixa a um, nem
foge para o outro, mas vive de ambos como do puro instante que
passa e não passa. 2
O Advento e o Natal revelam que Deus tem sede e se coloca a caminho
para nos encontrar. O élan de Deus, a sua comunhão de amor, é invadida
por um desejo, uma impaciência e uma paixão: a de permanecer entre os
homens (Dn 6, 27). De Abraão a Maria, o Espírito Santo prepara pacientemente
a pré-liturgia do Verbo. O Espírito reúne uma comunidade, suscita
profetas que lhe revelam o sentido: a Páscoa e o Êxodo; a Aliança e o Reino;
o Exílio e o regresso dos pobres; o Templo e a Lei. É um tempo da aventura
de Deus e da sua pedagogia para com os homens. É um tempo da busca
recíproca e da fidelidade do Senhor apesar das infidelidades do seu povo
pecador. É um tempo de promessas que se desenrola, mas ainda vazio. Os
acontecimentos da salvação, realizados pelo Deus vivo neste tempo de pro-
1 PAPA FRANCISCO. Evangelii Gaudium. São Paulo: Paulus, 2013.
2 MOINGT, Joseph. O homem que vinha de Deus. São Paulo: Loyola, 2008.
Grupo Marista 17