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Colecão 2020

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Natal

Dia 38

Nada é grave senão perder o amor. Descobrir uma intimidade com Deus... Contemplá-lo

também no rosto do homem... Devolver fisionomia humana ao homem desfigurado...

Eis uma única e mesma luta: a do amor. Sem o amor, para que a fé? Para que

chegar a queimar nossos corpos nas chamas? Nas nossas lutas... nada é grave a não ser

perder o amor.

****

Minha fé é que o Cristo ressuscita hoje em todo homem que sofre, em toda situação

de opressão e que é vivendo o amor com que o Cristo amou que podemos transformar

nosso mundo. Dar minha vida, deixá-la ser tomada, isto tem sido e é, dia após dia, por

meio das tentativas da oração e da ação, reconhecer que o Cristo é o centro de minha

vida e eu não posso mais viver fora de seu amor.

Isso não me levou a pregar nas praças públicas nem a qualquer ato extraordinário,

mas o meu modo de ver, de situar-me e de reagir em relação às coisas, aos homens e aos

acontecimentos, transformou-se. Amar é não desesperar de uma pessoa ou de uma situação,

é contemplar com um olhar que não condena nem rejeita ninguém. Para mim, a

contemplação é isto. Viver minha vida cotidiana com esta atitude interior de confiança,

de esperança, voltada para o amor do Cristo; é olhar minha vida, o mundo, com amor,

eu diria quase com ternura, sobretudo nos conflitos. Esta atitude é o contrário de uma

observação neutra, desengajada. Ela me leva sempre a saber mais quem sou, o que penso,

o que quero, para ser capaz de amar o outro como ele é; é um olhar contemplativo

para viver com um coração reconciliado nessa luta para o amor.

****

Um traço, entre outros, me parece caracterizar a nova face da Igreja: a pobreza, e, em

particular, a renúncia a uma autoridade exercida como um poder, pois “não deve ser

assim entre vós!”.

Roger Schutz (1915-2005). “Pedro, tu me amas?”. In: Carta de Taizé, outubro de 1973, apud Leituras do Povo de Deus,

5. Salvador: Editora Beneditina Ltda., 1975. p. 26-27.

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90 O Rosto Amado de Deus

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