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Natal
Dia 38
Nada é grave senão perder o amor. Descobrir uma intimidade com Deus... Contemplá-lo
também no rosto do homem... Devolver fisionomia humana ao homem desfigurado...
Eis uma única e mesma luta: a do amor. Sem o amor, para que a fé? Para que
chegar a queimar nossos corpos nas chamas? Nas nossas lutas... nada é grave a não ser
perder o amor.
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Minha fé é que o Cristo ressuscita hoje em todo homem que sofre, em toda situação
de opressão e que é vivendo o amor com que o Cristo amou que podemos transformar
nosso mundo. Dar minha vida, deixá-la ser tomada, isto tem sido e é, dia após dia, por
meio das tentativas da oração e da ação, reconhecer que o Cristo é o centro de minha
vida e eu não posso mais viver fora de seu amor.
Isso não me levou a pregar nas praças públicas nem a qualquer ato extraordinário,
mas o meu modo de ver, de situar-me e de reagir em relação às coisas, aos homens e aos
acontecimentos, transformou-se. Amar é não desesperar de uma pessoa ou de uma situação,
é contemplar com um olhar que não condena nem rejeita ninguém. Para mim, a
contemplação é isto. Viver minha vida cotidiana com esta atitude interior de confiança,
de esperança, voltada para o amor do Cristo; é olhar minha vida, o mundo, com amor,
eu diria quase com ternura, sobretudo nos conflitos. Esta atitude é o contrário de uma
observação neutra, desengajada. Ela me leva sempre a saber mais quem sou, o que penso,
o que quero, para ser capaz de amar o outro como ele é; é um olhar contemplativo
para viver com um coração reconciliado nessa luta para o amor.
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Um traço, entre outros, me parece caracterizar a nova face da Igreja: a pobreza, e, em
particular, a renúncia a uma autoridade exercida como um poder, pois “não deve ser
assim entre vós!”.
Roger Schutz (1915-2005). “Pedro, tu me amas?”. In: Carta de Taizé, outubro de 1973, apud Leituras do Povo de Deus,
5. Salvador: Editora Beneditina Ltda., 1975. p. 26-27.
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90 O Rosto Amado de Deus