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Colecão 2020

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AdventO

Dia 3

Diante de Pilatos, em um dos momentos

mais solenes de sua vida, reveladores

de sua missão, Jesus proclama: “Meu reino

não é deste mundo. Se meu reino fosse

deste mundo, meus homens teriam combatido

para que não fosse entregue aos judeus.

Mas meu reino não é deste mundo...

nasci e vim ao mundo para dar testemunho

à verdade. Quem é da verdade escuta

a minha voz!” (Jo 18, 36s). Não somente o

convite do Pai se dirige a todos os homens,

mas a própria ação redentora de Jesus

pode ser participada por todos, pois o testemunho

da verdade não conhece fronteiras.

A ação pois pela qual Jesus nos salvou

pode ser vivida em todas as circunstâncias

em que se encontram os humanos, sendo

para cada um dos homens que a praticam,

mediadora de salvação. Não é preciso o

desejo explícito de imitar Jesus Cristo ou

de lhe ouvir a Palavra: Todo homem que

pratica a verdade, coloca-se a serviço da

justiça e age por amor, está pelo fato mesmo

ligado a Jesus Cristo: Quem é da verdade

escuta a sua voz! [...]

Com efeito, em toda e qualquer circunstância,

desde que despertou para a

vida humana propriamente dita, o homem

age movido por um certo amor. O amor é

o movimento fundamental da vontade, do

qual dependem todos os outros e, por conseguinte,

toda a orientação da vida moral.

Agindo movido por amor, qualquer coisa

que faça, o homem está revivendo as circunstâncias

da morte de Cristo, em continuidade

com ela, salvando-se portanto.

Quando ama o bem e se dá oblativamente

ao próximo, associa-se a Jesus e, em união

com ele, vive em comunhão com o Pai. Da

mesma forma, quem se opõe ao bem, pratica

ou se omite diante da injustiça, pactua

com a inverdade e com a mentira, está

em contradição com a morte de Cristo. E,

pelo fato mesmo, recusa a salvação. Nesse

sentido é que São Paulo dizia completar

em sua carne as provações de Cristo

(Cl 1, 24), e morrer todos os dias (1 Cor 15,

31), enquanto sua vida inteira, mas especialmente

seus sofrimentos apostólicos,

eram atos de amor em comunhão com a

Cruz. Em cada ato de amor há como uma

morte a nós mesmos, uma entrega ao outro,

morte e entrega porém salutares pois

repetição, retomada em profundidade, do

ato salvador de Jesus. Mas onde quer que

haja homens morrendo e se entregando

por seus irmãos, aí está brotando a comunidade

dos verdadeiros membros de Cristo,

da Igreja sem fronteiras.

Bernardo Catão (1927-). A igreja sem fronteiras: um ensaio

pastoral. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1965. p. 65-67.

Grupo Marista 33

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