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Apesar de já se manifestarem alguns sinais de mudança de mentalidades nos territórios<br />

observados, de uma forma geral, os homens ciganos consideram que a escola tem pouco<br />

valor para as mulheres em virtude dos papéis que tradicionalmente lhes são atribuídos<br />

serem tratar dos filhos e da casa.<br />

No que diz respeito à aprendizagem ao longo da vida e às ofertas de educação formal,<br />

não formal ou informal destacadas pelos entrevistados, evidenciaşse a importância dos cursos<br />

de alfabetização, para que os ciganos aprendam a ler e escrever em adultos, bem como<br />

os processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), para<br />

que possam aumentar a escolaridade, ainda que mesmo que seja obtida esta certificação,<br />

o hiato em relação à escolaridade média dos não ciganos é muito grande. Os testemunhos<br />

enfatizam, sobretudo, a oportunidade decisiva que estas iniciativas de alfabetização constituem<br />

para a melhoria da vida, sobretudo das mulheres. As desigualdades de género continuam,<br />

porém, a evidenciarşse nas idades mais adultas, surgindo por vezes dificuldades<br />

como, por exemplo, os homens não autorizarem as mulheres a sair do bairro.<br />

Para adultos temos… (…) Temos neste momento, em colaboração com o centro<br />

de formação de (…), com o IEFP, esta formação de competências básicas, que<br />

estamos a tentar adaptar um bocadinho a continuação. (…) Cá está, eles não<br />

estão habituados, temos de tentar adequar e ir alterando aos poucos os hábitos<br />

deles. (…) Por exemplo esta formação, nós começamos com 6h diárias. (…) Que<br />

eram 4h de manhã e 2h à tarde. Entretanto alteramos e começamos a fazer só as<br />

partes da manhã. (…) Porque era impossível mante-los tanto tempo… (…) Eles<br />

melhoraram o comportamento, começaram a ser mais assíduos e melhorou. E<br />

eles, neste momento, já têm o hábito de sair de casa o que agora é importante<br />

manter. (Técnica do Projeto Escolhas, 35-39 anos).<br />

Estamos a pensar desenvolver atividades com os adultos mas tem sido um bocadinho<br />

complicado. Porque como eles têm muitos filhos, estão sempre com<br />

filhos pequeninos, para poderem vir às actividades, têm de deixá-los, é sempre<br />

muito complicado eles aderirem. (Coordenadora do Projeto Escolhas, 30-34<br />

anos).<br />

Uma possível solução para a mobilização de pessoas ciganas passará pela oferta de<br />

modalidades de educação ou formativas promovidas no bairro, em parceria com entidades<br />

credenciadas para o efeito, no entanto, pode também ser mais uma forma de continuar o<br />

fechamento das pessoas no bairro o que não traz benefícios para a aquisição de competências<br />

relacionais abrangentes.<br />

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Estudo NacioNal sobrE as comuNidadEs cigaNas

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