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(ACIDI, 2013) avança com um limiar entre os 40 e os 60 mil. Se recuarmos um pouco mais<br />

no tempo, são célebres dois estudos efetuados nos anos 80 e 90, que apesar do tempo transcorrido<br />

assumem ainda alguma pertinência, devido à sua extensividade, e também porque<br />

demonstram algumas preocupações de exaustividade e rigor: o efetuado em 1995 pelo Secretariado<br />

Diocesano da Pastoral dos Ciganos e o seu antecessor da responsabilidade do<br />

Programa de Promoção Social da Misericórdia de Lisboa, que data de 1988. O estudo que o<br />

Secretariado Diocesano da Pastoral dos Ciganos levou a efeito em 1995 revela que, na diocese<br />

de Lisboa (abarcando 21 concelhos), existiam 6043 indivíduos (1446 famílias ciganas),<br />

com uma ligeira preponderância dos homens (3 006) relativamente às mulheres (2887). As<br />

áreas com um maior número de residentes de etnia cigana eram Lisboa (com 2 332 indivíduos),<br />

Loures (1028) e Amadora (948 efectivos). Em complementaridade a este estudo,<br />

importa destacar alguns dos principais resultados da pesquisa que em 1988 o Programa de<br />

Promoção Social da Misericórdia de Lisboa levou a efeito sobre a população cigana do distrito<br />

de Lisboa, concluindo que aqui residiam cerca de 6000 ciganos. No Alentejo, o Centro<br />

Regional de Segurança Social realizou, em 1993, um estudo de caracterização demográfica,<br />

social e cultural das populações ciganas residentes na região (Amiguinho citado in ACIME,<br />

1997). A maior parte dos ciganos concentrava-se principalmente nos concelhos do distrito<br />

de Beja (1158), seguindo-se Portalegre (916) e depois Évora (796), representando no seu<br />

conjunto 482 famílias e totalizando 2 873 indivíduos.<br />

Atendendo aos resultados dos estudos mencionados na discussão teórica, sabe-se<br />

que os ciganos se distribuem de forma relativamente dispersa pelo território nacional, sendo<br />

possível, no entanto, evidenciar algumas zonas de maior aglomeração, como sejam os<br />

concelhos das duas Áreas Metropolitanas (na AM de Lisboa, 30,0% e na AM do Porto, 23,3%)<br />

e a região do Alentejo (20,0%). As maiores concentrações geográficas ocorrem nos distritos<br />

de Lisboa, de Setúbal e do Porto, aparecendo depois núcleos secundários, em alguns concelhos<br />

do Alentejo, Algarve, do Nordeste Transmontano e da Beira Baixa.<br />

Não sendo possível dispor a priori de dados estatísticos que permitam quantificar<br />

e caracterizar a população cigana, dadas as proibições que recaem sobre os processos de<br />

recolha de informação em que se faça a identificação étnica dos cidadãos nacionais (“estatísticas<br />

étnicas”), na medida em que, tal procedimento contraria a lei fundamental e outros<br />

dispositivos legais, e dadas as limitações associadas à aplicação de metodologias mais extensivas,<br />

com recurso à técnica do inquérito por questionário à população cigana atestadas<br />

em estudos anteriores, importa refletir e justificar as opções técnicas e metodológicas adotadas<br />

no âmbito desta proposta de investigação.<br />

Assim e tendo em conta o não fácil acesso a esta população, e supondo que grande<br />

parte da população cigana viva agrupada (clustered); neste caso, os inquéritos porta-a-porta<br />

não são viáveis, pois, implicariam custos elevados e os resultados circunscrever-se-iam a<br />

uma amostra de pequena dimensão e de qualidade discutível (Bjerkan e Huitfeldt, 2004<br />

pp.26-27).<br />

(24)<br />

Estudo NacioNal sobrE as comuNidadEs cigaNas

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