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em “conseguir chegar até eles”. Contudo, foi referido que o que se pretende não é “fazer concorrência”<br />

à escola e que o objetivo é sempre incentivar a criança/jovem a continuar com<br />

o seu percurso escolar, por isso, quando a criança/jovem falta à escola, geralmente, apenas<br />

pode participar em atividades de cariz mais pedagógico do que lúdico.<br />

Quando se falta às aulas não se pode entrar no CID@NET (…) temos toda uma<br />

filosofia que não nos permite compactuar com o absentismo escolar ou de alguma<br />

forma substituirmo-nos à escola, se eles quiserem faltar à escola, pronto.<br />

Nós temos essa preocupação muito… (…) O Baú de Talentos, por exemplo, eles<br />

podem estar. Claro que não vamos fechar as portas «olha não foste à escola<br />

então ciao». (…) Podem, podem estar e nós tentamos, sempre que isso acontece,<br />

tentamos sensibilizar e perceber porque é que não foi e falar com os pais porque<br />

é que não foi e alertar para as desvantagens do não ir. Mas claro que os acolhemos,<br />

não é? Até para fazer este tipo de trabalho, não é? (Técnica de Projeto,<br />

30-34 anos).<br />

Contudo, o insucesso escolar não pode ser entendido como uma questão que apenas<br />

tem que ver com o absentismo: mesmo entre os ciganos que vão frequentando as aulas<br />

denota-se um insucesso escolar elevado, levando a que se tenha de encontrar outros fatores<br />

que o possam justificar. Seria interessante aprofundar o trabalho desenvolvido pelas escolas<br />

para combater esse insucesso escolar e procurar novas abordagens pedagógicas (Cortesão,<br />

1995; Montenegro, 2012).<br />

De um modo geral, salvo alguns casos pontuais de jovens com interesse pela escola,<br />

sobretudo pelas aulas, a frequência escolar ainda não é vista como uma prioridade pelas<br />

famílias ciganas no ponto de vista da maioria dos nossos entrevistados:<br />

(…) eles ainda não veem a escola como uma prioridade. E então isto é um insucesso<br />

escolar brutal. Faltam muito à escola e depois nesta fase em que passam<br />

do 4º para o 5º ano, que é a transição do 1º ciclo para o 2º, é um desastre. É um<br />

desastre! (…) Os meninos e as meninas. Eu acho que é pelo ambiente, depois<br />

da escola. Do grupo. Que eles depois agrupam-se, juntam-se todos na escola e<br />

não sei quê. Aquilo é tudo ali muito influenciável e eles chegam ali, perdem-se<br />

(Responsável de Centro, 50-54 anos).<br />

Se os filhos faltam à escola, não se preocupam. É um problema para eles a<br />

transição para o segundo ciclo, porque é uma escola muito maior, com crianças<br />

mais velhas. Muitos até procuram que os filhos fiquem retidos no primeiro ciclo.<br />

(Coordenadora do Projeto Escolhas, 30-34 anos).<br />

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Estudo NacioNal sobrE as comuNidadEs cigaNas

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