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ém são percebidos como prioritários, com exceção das IPSS de Lisboa cujo trabalho é mais<br />

dirigido ao público infantil. A limpeza e melhoramento dos espaços exteriores dos bairros<br />

onde habitam foi um dos aspetos que algumas pessoas entrevistadas referem ter sentido<br />

necessidade de intervir, quer para melhorar os espaços, quer no sentido da resolução de<br />

conflitos existentes. Veja-se alguns exemplos:<br />

(…) responsabilização pelo espaço comum há… há muitos relatos de que isso<br />

se torna um pouquinho mais difícil pelo desmazelo e pela… a utilização do<br />

espaço é diferente dos ciganos e dos não ciganos o que às vezes traz alguns conflitos<br />

interpessoais, não é? Pronto aí também é um desafio para nós e há algumas<br />

atividades que costumamos fazer como a limpeza do bairro (Técnica de<br />

Projeto, 30-34 anos).<br />

[Fazemos] sensibilização (…) Por exemplo, agora para o bairro, que está num<br />

estado de limpeza caótico, de vez em quando vamos com todos com os meninos<br />

apanhar o lixo (Coordenadora de Projeto, 30-34 anos).<br />

Dentro do projeto de luta contra a pobreza, como eu disse, depois fizeram-se várias<br />

candidaturas a vários projetos e houve muitos deles que se desenvolveram<br />

mesmo com a população cigana. Nós fomos acreditados como entidade pelo<br />

Inofor, na altura IQF, para dar formação e fizemos cursos de formação profissional,<br />

desde 98 a 2002 que fomos acreditados e que fizemos muitos cursos. Desses<br />

cursos de formação profissional, nós tentávamos sempre ver áreas, como bar<br />

e mesa, jardinagem, cantonaria, cursos muito vocacionados, mecânicas, etc.,<br />

que pudessem ser incluídas as populações desfavorecidas, donde a população<br />

cigana também participava. (Diretor de serviços, 40-44 anos).<br />

Em termos de dificuldades sentidas foram apontadas entre outras, a dificuldade<br />

em desenvolver um trabalho de continuidade, em operacionalizar o planeamento das actividades<br />

que as instituições propõem e, em relação a algumas pessoas ciganas a dificuldade<br />

em cumprirem algumas regras de funcionamento dos espaços e também no que se refere a<br />

aspetos de ordem relacional nos espaços residenciais. No entender de uma entrevistada, os<br />

ciganos autoexcluemşse e utilizam recorrentemente o argumento “é porque eu sou cigano”<br />

e “está a falar assim, porque eu sou cigano” para justificar as situações que não decorrem<br />

de acordo com as suas expetativas. Aludeşse, assim, à existência de práticas e discursos discriminatórios<br />

por parte dos ciganos em relação aos técnicos da instituição, em contraponto<br />

com uma visão que também é frequentemente veiculada de práticas discriminatórias por<br />

parte dos técnicos face aos ciganos.<br />

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Estudo NacioNal sobrE as comuNidadEs cigaNas

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