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A medida de política social Rendimento Social de Inserção (RSI) é sublinhada por<br />

alguns entrevistados como tendo um poder coercivo na medida em que esta obriga ao cumprimento<br />

de certos requisitos e obrigações e, por isso, é admitida a necessidade de em determinadas<br />

ocasiões, haver uma preocupação com o comportamento das pessoas ciganas<br />

de modo a que elas não percam o apoio social, sendo por vezes encaminhados para outras<br />

prestações mais de carácter definitivo.<br />

Nós temos muito aquela preocupação de falar, de falar com pessoas que são<br />

consideradas como (…) não são bem líderes mas que têm influência positiva<br />

junto de outros. Há dois ou três jovens e dois ou três familiares que nós identificámos<br />

como tal e tentamos sempre falar com essas pessoas para ver o que é que<br />

se passa, pronto. Depois em termos preventivos também costumamos ter algumas<br />

ações de sensibilização, atividades de expressão plástica relacionadas com<br />

a violência, com… com a agressividade, pela positiva também, de convívio, não<br />

é? De convívio pacífico, relacionamento interpessoal, temos as nossas festas que<br />

também promovem muito isso, não é? (Técnica de Projeto, 30-34 anos).<br />

É uma coisa que aqui no bairro existe, muita gente nova com reforma por invalidez,<br />

porque o beneficiário do Rendimento Social de Inserção tem que dar<br />

contrapartidas, tem que frequentar formações, e havia essa grande dificuldade.<br />

(Técnica do projeto Escolhas, 35-39 anos).<br />

Apesar das dificuldades referidas para desenvolver um trabalho de continuidade,<br />

as pessoas com quem conversámos, técnicos ou dirigentes de instituições foram unânimes<br />

em relação à participação dos ciganos, referindo a facilidade com que se obtém uma adesão<br />

satisfatória em atividades que sejam do seu interesse, o que constitui um indicador muito<br />

interessante a explorar porque de alguma forma contraria a representação que veicula a<br />

ideia do desinteresse pela participação que por vezes é referenciado pelos próprios técnicos<br />

ou dirigentes das instituições. As maiores dificuldades surgem no que diz respeito a conseguir<br />

manter os mesmos níveis de participação em todos os momentos das actividades, ou<br />

seja, assiste-se a uma certa irregularidade de persistência. No próximo ponto abordaremos,<br />

de forma breve, a adesão dos ciganos aos projetos e serviços desenvolvidos por estas instituições<br />

e pelas pessoas com quem conversámos.<br />

Por último, analisa-se a forma como a “comunidade cigana” é envolvida nas e pelas<br />

instituições e não apenas nas atividades por estas promovidas, ou seja, de que forma são os<br />

ciganos integrados em atividades profissionais ou de voluntariado nas instituições que os<br />

acolhem como público-alvo. Conclui-se que em quase todas já houve, em alguma altura,<br />

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Estudo NacioNal sobrE as comuNidadEs cigaNas

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