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Este é o retrato possível das instituições e do trabalho realizado sob a perspetiva<br />

dos atores socio institucionais entrevistados. De seguida, analisa-se as representações destes<br />

atores, nomeadamente como caraterizam as pessoas e as famílias ciganas, as suas condições<br />

de vida, a sua situação face à educação, ao emprego e à formação profissional, bem<br />

como as suas sociabilidades, fenómenos como a discriminação, o racismo e o preconceito,<br />

sem esquecer o seu posicionamento face à “integração” dos ciganos.<br />

5. Perspetivas sobre a situação social das famílias ciganas<br />

Embora esteja directamente relacionado com a área de trabalho principal desenvolvido<br />

pela instituição, a população cigana que frequenta as instituições em que trabalham<br />

os entrevistados é muito jovem, compõe-se, sobretudo, por crianças, jovens adolescentes e<br />

jovens adultos.<br />

Notam-se algumas diferentes de frequência por género, é o caso de instituições<br />

mais ligadas à saúde, em que as mulheres são as que mais aderem às atividades; enquanto<br />

nas que estão mais ligadas à educação, são os rapazes/homens. A partir dos 30 anos, a<br />

presença nos espaços é mais esporádica e mais orientada para a resolução de necessidades<br />

concretas ou para a participação em cursos ou outras atividades mais formalmente organizadas.<br />

As pessoas com quem conversámos referiram, na generalidade, conhecer bem as<br />

famílias que são “suas utentes”.<br />

A morar aqui próximo do bairro e que frequentem a Associação, só temos uma<br />

família sénior. O resto das famílias são famílias até aos 40 anos e com todos os<br />

miúdos em idade escolar. Os jovens mais velhos têm 18, 19 anos. (Técnica do<br />

Projeto Escolhas, 35-39 anos).<br />

Também declararam que a maioria dos ciganos residentes nos espaços de abrangência<br />

dos projectos é, efetivamente, de nacionalidade portuguesa, ainda que nos tenham<br />

referido a presença residual de alguns ciganos de nacionalidade espanhola e que reflecte<br />

a rede de parentesco com ciganos espanhóis. Curiosamente, não foi referida a presença<br />

de ciganos de outras nacionalidades, embora saibamos que em Portugal residem ciganos<br />

estrangeiros.<br />

A maioria destas pessoas reside no concelho da área de abrangência das instituições<br />

há várias gerações e, mesmo quando vieram de fora, por via de processos de realojamento,<br />

normalmente, as pessoas provêm de outras zonas relativamente próximas, em muitos<br />

casos do mesmo concelho. Há portanto, uma história de vida enraizada nos territórios<br />

locais desmistificando a ideia de nomadismo, aliás, o que vem sempre demonstrado por<br />

autores como Correia (2007) e Castro (2012)<br />

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Estudo NacioNal sobrE as comuNidadEs cigaNas

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