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entes de práticas de concentração, segregação e discriminação ocorridas no âmbito dos<br />

processos de realojamento. De forma complementar, é urgente encontrar formas de capacitação<br />

e empoderamento das pessoas ciganas, ou seja, que as medidas de política social<br />

consigam traduzir-se em ganhos estruturais e não pontuais, no tempo de duração de um<br />

projecto.<br />

Em relação à caracterização das pessoas ciganas foi possível apurar uma representação<br />

estereotipada: são sobretudo pessoas com baixos níveis de escolarização e elevados<br />

índices de absentismo (1º ciclo) e de abandono escolar (2º ciclo) em que persistem ainda<br />

fortes desigualdades de género e com grande dependência das medidas de política social,<br />

essencialmente o RSI e abonos familiares.<br />

No entanto, há mudanças sociais em curso e com impactos em várias dimensões<br />

da vida das pessoas ciganas: regista-se um maior número de situações em que se denota interesse<br />

pela escola e pelo cumprimento da escolaridade obrigatória; a redução do absentismo<br />

e abandono escolar por via do RSI; a maior frequência de creches e jardins-de-infância:<br />

melhoria da relação das famílias com a escola; a maior participação das mulheres em cursos<br />

de alfabetização e processos de RVCC (adultos) ainda que enfrentem grandes resistências<br />

por parte dos companheiros que as controlam de muito perto; também se assiste a alguns<br />

sinais de mudança de atitudes e comportamentos nas questões de género.<br />

No que se refere a medidas e políticas públicas, importa reforçar o investimento<br />

já feito nas pessoas que participaram no projeto Mediadores Municipais, a continuidade<br />

do Programa Escolhas, a implementação de medidas de formação e emprego protegido, a<br />

divulgação e valorização da história e da cultura ciganas, por via da promoção de atividades<br />

dirigidas à sociedade em geral.<br />

De um modo geral, nota-se entre os entrevistados algum desconhecimento específico<br />

sobre a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas, desconhecendo<br />

os seus conteúdos, metas e estratégias específicas.<br />

Neste trabalho também se fez uma primeira aproximação a uma espécie de mapeamento<br />

e análise de medidas de política social e de projetos de intervenção inovadores,<br />

fazendo referência especial aos que parecem ter um maior impacto nas trajetórias de vida<br />

das pessoas ciganas – o Rendimento Social de Inserção (RSI) e o Plano Especial de Realojamento<br />

(PER), por exemplo. Mas convém fazer uma breve menção à Estratégia Nacional para<br />

a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC), iniciativa de caráter transversal e que teve<br />

o seu início em 2013 e que tem como prioridades intervir nas esferas da educação, emprego<br />

e formação, saúde, habitação, visando contribuir para a integração das comunidades ciganas,<br />

procurando dar resposta às situações de exclusão.<br />

Estes resultados complementam as evidências empíricas derivadas de dois inquéritos,<br />

um aplicado às autarquias locais e o outro aplicado a peritos, com o objetivo de traçar<br />

uma primeira aproximação à dimensão, localização e caraterização sumária das pessoas e<br />

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Estudo NacioNal sobrE as comuNidadEs cigaNas

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