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As pessoas adultas, na sua maioria é analfabeta. Seguidamente, temos os jovens<br />

que a maior parte deles chega a maioridade, 18 anos, abandona a escola, e aqui<br />

não conseguimos fazer nada. E as meninas, a partir dos 13, 14, 15 anos, já se vê<br />

15 anos, abandona a escola porque casa. E isto significa que a maior parte deles<br />

não tem o 6º ano completo. (Coordenadora do Projeto Escolhas, 40-44 anos).<br />

Os interventores locais defendem a necessidade de sensibilização dos agentes<br />

educativos para a diversidade da história e cultura ciganas, a qual poderá facilitar o trabalho<br />

desenvolvido com as crianças e jovens ciganos, nomeadamente o combate à discriminação<br />

social e de género em contexto escolar, bem como o combate ao abandono e insucesso escolar.<br />

No seu entender, os alunos ciganos gostam da escola enquanto espaço de sociabilidade<br />

e de convivência com o Outro, contudo, não se sentem atraídos pelas aulas, aspeto que<br />

consideram, aliás, ser semelhante à realidade vivida pelos não ciganos. Por sua vez, os pais<br />

valorizam a escola enquanto espaço de socialização e de aquisição de competências. Para<br />

esta valorização da escola pelos pais terá contribuído em anos recentes o facto das crianças<br />

ciganas terem passado a frequentar o jardim-de-infância e, em alguns casos, também<br />

a creche.<br />

Felizmente, nesta comunidade já são as próprias famílias que têm a iniciativa<br />

de matricular os seus filhos, mesmo em idade pré-escolar, e algumas até em creche.<br />

(…) E há 10 anos atrás tínhamos muitas dificuldades a esse nível. (Técnica<br />

Superior de Serviço Social, 50-54 anos).<br />

Numa perspetiva particular, para uma entrevistada, o principal fator distintivo da<br />

escola em que estudam as crianças ciganas naquele território e, simultaneamente, explicativo<br />

dos maus resultados escolares, é tratarşse de uma escola localizada no interior do bairro,<br />

fator que influenciará negativamente os comportamentos e os resultados escolares de todos<br />

os estudantes, sem exceção. Nas instituições escolares localizadas nestes territórios as expectativas<br />

em relação ao êxito escolar é diminuto.<br />

É cansativo ter uma escola dentro de um bairro onde estão as crianças do bairro.<br />

Eu já nem falo das crianças ciganas, falo das crianças do bairro. As crianças<br />

ciganas são uma minoria ali dentro. Os comportamentos do bairro ou da casa<br />

que se levam para dentro da própria escola. (…) Eu acho que a escola já lhes<br />

traçou o futuro. E o futuro é, se possível, levá‐los direitinhos para ver se eles<br />

saem rápido e esperar que os próximos que venham não sejam tão maus quanto<br />

estes ao nível do comportamento. (…) Eu acho que a questão aqui está no<br />

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Estudo NacioNal sobrE as comuNidadEs cigaNas

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