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V. Olhares cruzados: das autarquias e dos<br />

peritos<br />

1. Retratos municipais: números, localização e tipo de<br />

habitat<br />

O<br />

inquérito às autarquias teve como primeiro objetivo cartografar e estimar o número<br />

de pessoas ciganas residentes em Portugal atualmente. Em segundo lugar,<br />

este instrumento de inquirição permitiu também conhecer, de forma aproximada,<br />

a localização e distribuição da população cigana ao longo do território português, o que<br />

constituiu um contributo importante a dois níveis: i) para o planeamento das etapas subsequentes<br />

do trabalho de terreno, ii) para a construção das quotas a preencher no inquérito<br />

presencial realizado às pessoas ciganas.<br />

A informação foi recolhida através de um formulário enviado via email para todas<br />

as autarquias do território continental (278), replicando de forma relativamente aproximada<br />

a técnica utilizada quer pelo SOS Racismo (2001) no recenseamento realizado em 1997<br />

no âmbito do Grupo de Trabalho para a Igualdade e Inserção dos Ciganos (ACIME), quer<br />

por Castro (2004) em vários projetos do Centro de Estudos Territoriais e cujos resultados<br />

estão sintetizados no Relatório das audições efectuadas sobre Portugueses Ciganos no âmbito<br />

do Ano Europeu para o Diálogo Intercultural, Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e<br />

Cultura (2008). O processo de envio dos pedidos de colaboração teve início a 4 de Abril de<br />

2014 e a última resposta considerada deu entrada na caixa de email do projeto a 25 de Julho<br />

de 2014.<br />

O instrumento de recolha (ver anexo 5) solicitava a identificação das “comunidades<br />

ciganas” no município, a sua localização ao nível da freguesia e bairro, a dimensão da<br />

comunidade (número de membros), o regime de propriedade das habitações onde residem<br />

bem como a sinalização de mediadores e interlocutores, tanto ciganos como institucionais.<br />

A opção de se consultar as câmaras municipais justifica-se por três ordens de razões:<br />

primeiro, e teoricamente, poder-se-ia recobrir todo o território nacional (caso a taxa<br />

de resposta fosse 100%). Em segundo lugar, evitar-se-iam sobreposições, isto é, o problema<br />

de uma “comunidade” ser referida mais que uma vez sob nomes diferentes. Terceiro:<br />

partindo do princípio de que os técnicos municipais possuem uma delimitação geográfica<br />

rigorosa das fronteiras administrativas, poder-se-ia obter dados fiáveis a nível de freguesia e<br />

bairro. Esta seria uma primeira aproximação à localização e dimensão da população cigana<br />

em território nacional.<br />

Regra geral, os questionários foram respondidos pelos técnicos dos serviços municipais,<br />

quer do departamento de habitação, quer dos serviços de ação social e afins. Os primeiros<br />

tendem a reportar os números de ciganos que conhecem e a residir em habitação social,<br />

os segundos tendem a dar conta dos ciganos beneficiários de serviços e apoios sociais.<br />

Temos presente que de alguma forma estas fontes enviesam os resultados, pois tendem a<br />

(140)<br />

Estudo NacioNal sobrE as comuNidadEs cigaNas

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