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e t; v e u; b e v). As letras se tornam mais inclinadas e as abreviaturas mais numerosas e<br />

com sinais menos claros.<br />

Derolez, por sua vez, considera que a escrita gótica está dividida basicamente em<br />

dois tipos: gothic antiqua e gothic textualis. A segunda diferencia-se da primeira<br />

principalmente por apresentar o d uncial, o r redondo depois do o e a nota tironiana et.<br />

Para o autor, a escrita gótica conserva ainda algumas características da escrita<br />

humanística:<br />

51<br />

(...) a qualidade “arejada” da página humanística é uma das mais<br />

surpreendentes diferenças da aparência geral da escrita gótica. Vestígios da<br />

angularidade gótica são, contudo, freqüentemente perceptíveis. A escrita é<br />

larga e não exibe compressão lateral, apesar do fato de que as fusões góticas<br />

eram frequentemente conservadas. Existem relativamente muito pouco<br />

sombreado. 66 (DEROLEZ, 2003, p. 177)<br />

Segundo o autor algumas formas da escrita carolíngia são também usadas na<br />

escrita gótica. Em razão de todos esses cruzamentos de formas, a análise da escrita de<br />

um texto deve considerar aspectos bastante específicos do manuscrito e não deve buscar<br />

uma definição purista, já que as várias influências são fortemente prováveis. No caso do<br />

Livre d’Isaac, justificamos a classificação de sua escrita como sendo gótica levando em<br />

consideração alguns pontos essenciais. Começaremos por considerar o fator “período<br />

histórico”, assim como algumas características morfológicas da escrita.<br />

Nosso corpus é datável 67 por volta do século XIV 68 , período que corresponde<br />

aquele normalmente estimado como sendo próprio da escrita gótica por Steffens, como<br />

vimos acima. Segundo classificação de Ouy (1999), a escrita do Livre d’Isaac<br />

pertenceria a um período um pouco mais tardio, primeira metade do século XV. Embora<br />

o autor tenha justificado sua classificação aproximativa somente com base na escritura,<br />

concordamos que algumas características da escrita leva a crer que ela estaria mesmo<br />

mais próxima a esse período. É relevante, ainda, o fato de que o texto do Livre d´Isaac<br />

latino, que se encontra na Biblioteca Mazarine e, conhecidamente proveniente da<br />

Abbaye de Saint-Victor e, como vimos, provavelmente fonte da tradução para o francês,<br />

66 No original: “(...) the “airy” quality of the Humanistic page is one of the most striking differences from<br />

the general appearance of Gothic Script. Remnants of Gothic angularity are, however, often<br />

perceptible. The script is wide and does not exhibit lateral compression, despite the fact that Gothic<br />

fusions were often retained. There is relatively very little shading.”<br />

67 Usamos o termo datável ao invés de datado, diferenciando assim aqueles cuja data é atestada com<br />

precisão e aqueles cuja data é apenas uma atribuição, este é o caso do nosso corpus.<br />

68 Como vimos no capítulo 2, no catálogo de Grandrue, o códice como um todo está atestado como sendo<br />

dos séculos XIII e XIV.

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