AZ 192DEC.pdf - Exército Português
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<strong>AZ</strong>IMUTE<br />
52<br />
1. Introdução<br />
O emprego da força militar não é exclusivo das situações<br />
de guerra, podendo ser aplicado como resposta<br />
a crises emergentes ou em desenvolvimento e ainda<br />
no cumprimento de missões de interesse público 1 . as<br />
operações de resposta a crises estão integradas num<br />
ambiente operacional complexo e bastante exigente,<br />
em que os militares de uma Companhia são confrontados<br />
com elementos com um telemóvel numa mão, um<br />
RPG-7 na outra e um ódio extremo no interior do seu<br />
coração 2 . Os militares têm de ser capazes de dominar<br />
um conjunto de tarefas que vão desde o efectuar uma<br />
negociação ao estabelecer postos de controlo, postos<br />
de observação, passando pela execução de escoltas<br />
a colunas de viaturas 3 e operações de Cerco e Busca.<br />
Uma operação de Cerco e Busca baseia-se em<br />
informações e pretende ser uma acção não violenta<br />
em que se isola (cerco) uma área e que pode ser<br />
orientada para pessoas, material, edifícios ou terreno 4<br />
com a finalidade de deter um determinado indivíduo<br />
ou apreender materiais chave, que podem incluir: armamento,<br />
munições, explosivos, contrabando, provas<br />
ou informação 5 . Pode ainda ter a finalidade de ser uma<br />
demonstração de força para a população.<br />
De facto, tornou-se numa das operações mais comuns<br />
em teatros de Operações (tO), como o iraque<br />
1 RC Operações, 2005.<br />
2 tradução livre, Holden, LCol Christopher M.: CALL Newsletter<br />
04-16 (2004) Cordon and Search.<br />
3 tradução livre: FM 3-21.11 The SBCT Infantry Rifle Company.<br />
4 tradução livre: FM 3-06.11Combined Arms Operations in<br />
Urban Terrain.<br />
5 Baillergeon, Rick and sutherland, John: Cordon and Search<br />
Operations.<br />
Nº 192 DEC11<br />
Operações de Cerco e Busca<br />
Figura 1 – Comparação dos métodos de Cerco e Busca<br />
Cap inf alexandre Capote<br />
(colaborador desta revista colocado no CMD Pess)<br />
e Afeganistão, visto ser um método eficaz de privar<br />
a ameaça de materiais chave ou deter elementos 6 .<br />
Representa ainda uma forma de controlar a população<br />
e os seus recursos.<br />
Uma Companhia de atiradores, durante o período<br />
da NRF 7 12, treinou por diversas vezes esta tarefa táctica,<br />
desenvolvendo e aplicando várias tácticas, técnicas<br />
e procedimentos, fruto da experiência dos seus<br />
militares e dos ensinamentos recolhidos durante os<br />
treinos. O presente artigo apresenta alguns dos ensinamentos<br />
retirados desses treinos.<br />
O artigo está dividido em duas partes. Numa primeira,<br />
abordam-se alguns aspectos do planeamento<br />
e da organização de uma UeC para uma operação de<br />
Cerco e Busca. Na segunda parte, são apresentadas<br />
as tarefas dos vários elementos que intervêm na operação<br />
e considerações relativas ao treino desta tarefa<br />
táctica.<br />
2. Planeamento e Organização<br />
existem dois métodos de abordagem a uma operação<br />
de Cerco e Busca: pode ser realizada com consentimento<br />
8 , em que o risco é reduzido e a probabilidade<br />
de fuga ou resistência à detenção é baixa ou nula,<br />
ou sem consentimento 9 , em que o risco é elevado e a<br />
probabilidade de fuga ou resistência à detenção é alta.<br />
O primeiro método é utilizado quando se pretende<br />
6 Baillergeon, Rick and sutherland, John: Cordon and Search<br />
Operations.<br />
7 NRF: Nato Response Force.<br />
8 Tradução livre do inglês “Cordon and Knock”, FM 3-24.02<br />
Tactics in Counterinsurgency.<br />
9 Tradução livre do inglês “Cordon and Enter”, FM 3-24.02<br />
Tactics in Counterinsurgency.