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AZ 192DEC.pdf - Exército Português

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não compensarem os prejuízos.<br />

Relativamente ao risco na<br />

vertente militar, Michael Page<br />

(1987) defende que este é uma<br />

parte central da vida dos militares,<br />

já que o risco está no coração<br />

das suas acções. Refere ainda<br />

que a redução do seu impacto<br />

Salto para o desconhecido<br />

é feita através do treino táctico e<br />

operacional.<br />

Berndt Brehmer (1987) na<br />

sua teoria sobre “a psicologia do<br />

risco” refere que a percepção de<br />

risco face a provas de decisão<br />

é sempre diferente para experts<br />

(instrutores) e para novatos (instruendos).<br />

Para os experts, os<br />

novatos têm um entendimento<br />

errado e falta de informação sobre<br />

o risco, o que os leva a considerarem<br />

que existe perigo onde<br />

ele não existe. assim, para os<br />

experts a percepção dos novatos<br />

sobre o risco é “irracional”. Pelo<br />

contrário, os novatos discordam<br />

da avaliação do risco feita pelos<br />

experts, pois consideram que estes<br />

a fazem somente baseada<br />

no julgamento (crença) e por isso<br />

entendem que essa avaliação é<br />

subjectiva. Para tentar cruzar as<br />

duas visões (do expert e do novato)<br />

o autor propõe que mais<br />

indicado será comparar o risco<br />

intuído pelo novato com o risco<br />

estimado pelas várias variáveis<br />

reais em jogo entendidas<br />

pelo expert. ainda sobre<br />

o risco, Brehmer defende<br />

que o que se percepciona<br />

não é o risco mas sim as<br />

possíveis consequências<br />

da decisão.<br />

Decisão face à percepção<br />

de risco<br />

Para Brehmer (1987) a<br />

decisão sobre um risco é<br />

uma decisão intuitiva que<br />

expressa uma avaliação difusa<br />

e negativa da decisão<br />

sobre uma alternativa,<br />

acompanhada de<br />

um sentimento geral<br />

de que “é algo que<br />

não se quer fazer”.<br />

De acordo com<br />

edwin Herr (1970) o<br />

processo de decisão é um<br />

fenómeno da experiência<br />

humana que para ser compreendido<br />

tem que considerar<br />

a existência de vários<br />

factores inter-relacionados<br />

que a influenciam, tais<br />

como a inteligência, a<br />

aptidão, os valores, os<br />

estereótipos, os interesses,<br />

as necessidades e o<br />

auto-conceito.<br />

Conclusões:<br />

Da breve investigação<br />

realizada podemos concluir que:<br />

1. No ser humano existe uma<br />

relutância em optar por uma<br />

situação desconhecida, ou<br />

onde exista falta de alguma<br />

informação, quando esta envolve<br />

a ocorrência de riscos;<br />

2. existe um claro e natural desacordo<br />

entre instruendos e<br />

instrutores sobre a percepção<br />

de risco relativa às provas de<br />

decisão, fruto da diferença de<br />

experiências e de informação<br />

conhecida;<br />

3. O risco é inerente à condição<br />

militar e é através do treino<br />

que é feita a redução da percepção<br />

do impacto do mesmo;<br />

4. Na decisão estão inter-relacionados<br />

factores como a inteligência,<br />

a aptidão, os valores e<br />

a intuição.<br />

Proposta:<br />

Relativamente à questão<br />

base que serviu de motivação<br />

à realização deste artigo: se as<br />

provas de decisão militar, quando<br />

Salto para o galho<br />

não superadas, devam ter um carácter<br />

eliminatório dos cursos ou<br />

somente penalizador, a seguinte<br />

proposta não pretende ser a resposta<br />

única e cabal ao tema mas<br />

Nº 192 DEC11<br />

<strong>AZ</strong>IMUTE<br />

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