AZ 192DEC.pdf - Exército Português
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A Psicologia Organizacional e a Instituição Militar<br />
atualmente, as organizações,<br />
perante novos desafios de natureza<br />
tecnológica, infraestrutural<br />
e socioeconómica, vivem profundas<br />
transformações que exigem<br />
novas abordagens para análise<br />
e soluções dos mesmos problemas,<br />
agora com uma postura<br />
proactiva e dinâmica.<br />
No passado, o Homem era<br />
colocado nas organizações como<br />
complemento ao trabalho mecânico.<br />
O tratamento era impessoal<br />
e os processos de produção<br />
eram essencialmente mecanicistas.<br />
Nessa altura, os gestores<br />
não se preocupavam com os<br />
seus recursos humanos, que ao<br />
longo do tempo, de forma directa<br />
e indirecta, iam adquirindo conhecimentos<br />
que colocavam em<br />
prática no seu quotidiano, com<br />
todas as consequências positivas<br />
e negativas para a organização.<br />
Todavia, com a importância<br />
crescente dos colaboradores e<br />
a rentabilização das suas competências<br />
para os sucessos organizacionais,<br />
há claramente<br />
uma nova forma de pensar o<br />
todo organizacional. Na verdade,<br />
a evolução das ciências sociais<br />
fez com que estas instituições<br />
passassem a adoptar uma<br />
postura mais atenta sobre o seu<br />
papel no contexto social, levando<br />
à reorientação de estratégias<br />
e processos, focalizando a sua<br />
atenção no capital humano. Hoje,<br />
os funcionários de uma organização<br />
não podem ser encarados<br />
apenas como meros autómatos<br />
que executam uma determinada<br />
tarefa, onde não é tido em conta<br />
1sar inf sérgio santos<br />
(encontra-se a frequentar o curso de psicologia social e das organizações do isCte-iUL)<br />
“Dado particularmente relevante para a transformação do <strong>Exército</strong>, e que assumimos em toda a sua amplitude, é a<br />
mudança no modelo de obtenção de recursos humanos. …. Considerar que os recursos humanos nos devem ser<br />
proporcionados por alguém, apenas nos competindo a sua formação e enquadramento, seria o espelho da inércia e da<br />
passividade. Temos que ir ao encontro dos jovens. De forma séria, contínua e empenhada.”<br />
Discurso de SExa GEN CEME na Academia Militar na abertura Solene do Ano Lectivo 2003/04<br />
os seus sentimentos, as suas<br />
emoções as suas motivações<br />
ou mesmo as suas frustrações.<br />
atualmente, esses funcionários<br />
são vistos como preciosos colaboradores<br />
que se envolvem<br />
no processo criativo e produtivo<br />
dentro da organização.<br />
a literatura relacionada com<br />
a gestão de recursos humanos<br />
revela que há uma grande evolução<br />
do papel dos indivíduos<br />
dentro das organizações. estas<br />
estruturas são portanto constituídas<br />
por indivíduos que possuem<br />
diferentes atitudes, valores,<br />
pensamentos, comportamentos,<br />
expectativas, motivações e<br />
frustrações, que levam à edificação<br />
de um determinado clima<br />
organizacional.<br />
O clima organizacional, pode<br />
então ser definido como o indicador<br />
do grau de satisfação dos<br />
membros de uma organização,<br />
em relação a diferentes aspectos<br />
da cultura ou realidade aparente,<br />
tais como: política de recursos<br />
humanos; modelo de gestão;<br />
missão da organização; processos<br />
de comunicação; valorização<br />
profissional; e identificação com<br />
a organização. É neste clima organizacional<br />
que os colaboradores<br />
estão envolvidos e labutam<br />
no seu dia-a-dia. a organização<br />
que procure sobreviver neste<br />
contexto de “crise” deve procurar<br />
conciliar o interesse próprio,<br />
(eficiência, produtividade e qualidade)<br />
com os interesses individuais<br />
dos seus colaboradores,<br />
nomeadamente, realização pessoal,<br />
possibilidade de adquirir<br />
novas competências e bem-estar<br />
social.<br />
Ou seja, para que um colaborador<br />
possa prestar um bom<br />
trabalho é necessário que saiba<br />
fazer, que possa fazer e que<br />
queira fazer. O saber fazer é<br />
uma questão de conhecimento,<br />
habilidades ou atitudes; o poder<br />
fazer é uma questão de dispor<br />
e poder usar os recursos necessários;<br />
e o querer fazer já é uma<br />
questão voluntária, que depende<br />
da satisfação das pessoas<br />
quando realizam o seu trabalho,<br />
logo está associado ao clima<br />
organizacional.<br />
indubitavelmente as organizações<br />
terão que alterar o seu paradigma<br />
e promover uma profunda<br />
mudança organizacional. essa<br />
mudança ocorre quando se altera<br />
consideravelmente a maneira<br />
de pensar e de agir das pessoas.<br />
a única maneira de mudar/inovar,<br />
consiste em inculcar novos valores,<br />
ou alterar significativamente<br />
os vigentes, de modo a instituir<br />
um novo sistema de crenças. a<br />
literatura salienta que essa mudança<br />
é extremamente difícil,<br />
pois obriga a alterar um determinado<br />
conjunto de atitudes e<br />
comportamentos que foram assimilados<br />
ao longo do tempo como<br />
verdades indubitáveis. Nesse<br />
sentido, concorre a prática nas<br />
organizações para a aplicação da<br />
psicologia na administração dos<br />
recursos humanos, primordial<br />
forma para o diagnóstico de possíveis<br />
problemas, obtendo assim<br />
dados para a implementação de<br />
estratégias e procedimentos de<br />
Nº 192 DEC11<br />
<strong>AZ</strong>IMUTE<br />
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