AZ 192DEC.pdf - Exército Português
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<strong>AZ</strong>IMUTE<br />
82<br />
Nº 192 DEC11<br />
Cooperação Técnico-Militar com Timor-Leste<br />
Projecto Nº4<br />
Fig. 1 - FALINTIL<br />
1. Introdução<br />
a República Democrática de<br />
timor-Leste é um dos mais jovens<br />
países do mundo. Com<br />
uma década de existência como<br />
país livre e independente, após<br />
uma longa e intensa luta contra<br />
a ocupação indonésia, timor-<br />
Leste é hoje um país em desenvolvimento<br />
com o objectivo de se<br />
afirmar no seio da comunidade<br />
internacional.<br />
Como todos nós sabemos, as<br />
Forças armadas de um país são<br />
o garante da defesa militar da<br />
República contra qualquer ameaça<br />
externa, pelo que em timor-<br />
Leste esta missão está confiada<br />
às FaLiNtiL – Forças de Defesa<br />
de timor-Leste (F-FDtL). as<br />
F-FDtL são herdeiras dos valores,<br />
tradições e costumes das<br />
Forças armadas de Libertação<br />
e Independência de Timor-Leste<br />
(FALINTIL). Com a independência<br />
declarada a 20 de Maio de<br />
2002, após conclusão de um<br />
longo período que se iniciou com<br />
uma negociação entre os governos<br />
de Portugal e da indonésia<br />
para a realização de um referendo<br />
sobre a independência do<br />
território, sob a supervisão da<br />
Organização das Nações Unidas<br />
(ONU), as FaLiNtiL foram integradas<br />
nas Forças de Defesa<br />
de timor-Leste. Ora, sendo as<br />
FaLiNtiL uma força de guerrilha,<br />
com carácter permanente e<br />
de clandestinidade, urgiu a árdua<br />
tarefa de transformar uma força<br />
de guerrilha numa força convencional,<br />
profissional e moderna<br />
com capacidade de efectuar a<br />
defesa militar do território. Para<br />
tal, timor-Leste tem contado ao<br />
longo destes anos com o apoio<br />
de países amigos com os quais<br />
firmou acordos de cooperação<br />
técnico-militar, em que Portugal<br />
se constitui na vanguarda como<br />
um destes parceiros em várias<br />
áreas, com especial incidência<br />
no recrutamento e formação de<br />
quadros, no apoio à estrutura de<br />
comando das F-FDtL e no apoio<br />
ao desenvolvimento da componente<br />
naval e da componente<br />
terrestre.<br />
Maj inf Luís Barreira<br />
Cap Art Álvaro Santos<br />
“Depois da libertação, Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak dirigem a<br />
transformação das Falintil numa força de defesa moderna. O general<br />
Taur é um dos raros líderes guerrilheiros no mundo que preside à<br />
transformação de uma força de guerrilha num exército regular, profissional,<br />
moderno.”<br />
“O apoio desinteressado de Portugal foi fundamental para a constituição<br />
da componente naval, desde o seu início, e o seu apoio às operações<br />
de recrutamento e à formação do corpo de oficiais das F-FDTL<br />
contribui positivamente para desenvolver e modernizar as nossas<br />
forças.”<br />
Excerto do discurso de Sua Excelência O Presidente da República<br />
Democrática de timor-Leste, Dr. José Ramos Horta no 35º aniversário<br />
das FaLiNtiL, Dili, 20 de agosto de 2010.<br />
2. Cooperação Técnico-<br />
Militar com Timor–Leste<br />
a cooperação técnico-militar<br />
entre Portugal e timor–Leste<br />
conta com uma década de existência.<br />
Surge da vontade de estreitar<br />
os laços de amizade e de<br />
fraternidade existentes entre os<br />
dois países e os dois povos que<br />
outrora tiveram um passado comum.<br />
Daqui os dois países firmaram<br />
um acordo bilateral de cooperação<br />
técnico-militar: “numa<br />
base de plena independência,<br />
respeito pela soberania, não ingerência<br />
nos assuntos internos<br />
e reciprocidade de interesses” –<br />
in Resolução da Assembleia da<br />
República nº 39/2003, Acordo<br />
de Cooperação Técnico-Militar<br />
entre a República Portuguesa<br />
e a República Democrática de<br />
Timor-Leste, assinado em Díli<br />
em 20 de Maio de 2002.<br />
Neste âmbito a cooperação<br />
técnico-militar compreenderá acções<br />
de formação de pessoal e de<br />
assessoria técnica. assim sendo,<br />
as acções de cooperação previstas<br />
no acordo acima mencionado