AZ 192DEC.pdf - Exército Português
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<strong>AZ</strong>IMUTE<br />
62<br />
salto para o tanque dos frades<br />
Introdução<br />
Uma das características fundamentais<br />
dos militares, sobretudo<br />
nos que desempenham<br />
funções de liderança, é a capacidade<br />
de decisão. É ela que garante<br />
que, após serem ponderados<br />
os custos e benefícios (por<br />
vezes em fracções de segundos),<br />
o líder consiga passar à acção<br />
e com isso orientar e motivar<br />
os subordinados no cumprimento<br />
de tarefas e missões.<br />
assim, durante o percurso de<br />
selecção e de formação dos futuros<br />
líderes militares, tem sido<br />
dada particular atenção às provas<br />
que exigem capacidade de<br />
decisão. Como exemplos dessas<br />
provas, e entre muitas outras, temos<br />
o salto do muro e da vala e<br />
o salto para o galho incluídas em<br />
provas de obstáculos ou as feitas<br />
isoladamente e características<br />
dos cursos de infantaria, como<br />
o salto para o tanque dos frades,<br />
o salto para o desconhecido e o<br />
slide e o rappel.<br />
Uma questão colocada recorrentemente<br />
é se as provas de<br />
Nº 192 DEC11<br />
salto do muro da pista molhada<br />
As Provas de Decisão Militar<br />
decisão militar, para quem não<br />
as supere, devam ter um carácter<br />
eliminatório ou somente<br />
penalizador.<br />
Para uma melhor compreensão<br />
do que está envolvido na<br />
realização das tarefas de decisão,<br />
passaremos a analisar os<br />
seguintes factores nelas envolvidos:<br />
Decisão, Percepção de<br />
risco e Decisão face à percepção<br />
de risco.<br />
Decisão<br />
Relativamente à decisão<br />
Daniel ellsberg (1960, cit. por<br />
Baron, 1994) refere que existe<br />
uma ambiguidade na decisão perante<br />
situações desconhecidas,<br />
dado que as pessoas podem<br />
violar o axioma da utilidade esperada,<br />
com o objectivo de evitar<br />
situações de risco quando a<br />
probabilidade deste ocorrer é<br />
incerta.<br />
Ritov & Baron (1990, cit. por<br />
Baron, 1994) encontraram ainda<br />
evidências de que quando existe<br />
falta de informação as pessoas<br />
tornam-se relutantes em escolher<br />
Maj inf Garcia Lopes<br />
(colaborador desta revista colocado no CPae)<br />
uma opção onde não há certeza<br />
das suas consequências.<br />
De uma outra forma,<br />
Rasmussen (1987) descreve que<br />
na decisão está envolvida a identificação<br />
das discrepâncias entre<br />
o estado actual e o estado após<br />
a acção.<br />
Percepção de risco<br />
singleton e Hovden (1987)<br />
concluem, na sua obra sobre<br />
“Risco e Decisões”, que o que<br />
caracteriza o risco é: ser uma<br />
exposição a um eventual perigo;<br />
envolver incerteza relativamente<br />
ao que pode ocorrer; e estar<br />
presente em situações onde<br />
não existe informação completa<br />
sobre as consequências. Ainda<br />
segundo os mesmos autores,<br />
o movimento para um território<br />
desconhecido envolve sempre<br />
riscos, mas este movimento é<br />
feito porque há também potenciais<br />
benefícios associados. No<br />
entanto, o risco é evitado se existe<br />
a percepção de que há possibilidades<br />
do resultado não trazer<br />
benefícios ou, trazendo, se estes