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AZ 192DEC.pdf - Exército Português

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ideias, não se sentindo oprimido<br />

e desta forma, desenvolva as<br />

suas capacidades e alargue o leque<br />

das suas competências.<br />

em 1964, vroom defendia<br />

que o esforço do(s) indivíduo(s),<br />

ao ser o reflexo das motivações<br />

que cada um suporta, será tanto<br />

maior quanto a expectativa<br />

sobre o seu desempenho, ainda<br />

que o(s) resultado(s) possa(m)<br />

ou não ser o(s) pretendido(s) e<br />

valorizado(s) por si. assim, qualquer<br />

que seja esse resultado,<br />

cabe ao psicólogo organizacional<br />

intervir junto do colaborador,<br />

arranjando estratégias motivacionais<br />

adequadas, i.e., incentivando-o<br />

a manter ou melhorar a<br />

sua prestação com o objectivo de<br />

conseguir, manter ou recuperar<br />

(consoante o caso) o equilíbrio<br />

entre o esforço do seu trabalho<br />

e a posterior recompensa comparativamente<br />

com outros. Deste<br />

modo o colaborador, ao sentir-se<br />

motivado e satisfeito, permanece<br />

na organização.<br />

as Forças armadas e o<br />

exército em particular, no contexto<br />

de transformação atual,<br />

são actualmente encarados pela<br />

sociedade como uma organização<br />

em que, erradamente, há a<br />

perceção de uma menor utilidade,<br />

associada a um consumo<br />

excessivo de recursos materais.<br />

Para confirmar o que escrevo<br />

basta estar atento aos Órgãos<br />

de Comunicação social (OCs)<br />

e aos comentários proferidos a<br />

este respeito.<br />

É nesta difícil conjuntura que<br />

nos vemos obrigados a afirmar a<br />

nossa importância, exigindo-se,<br />

neste momento socioeconómico<br />

repleto de grande incerteza, uma<br />

criteriosa aplicação e orientação<br />

dos recursos humanos, única forma<br />

para o desenvolvimento sustentado<br />

da instituição Militar.<br />

Mas, na conjuntura actual,<br />

em que os cortes salariais se<br />

adensam sobre toda a função pública<br />

e por inerência sobre os militares,<br />

tornar-se-á complexo gerir<br />

os recursos humanos? Julgo<br />

que não.<br />

Olhando para a instituição<br />

Militar e fazendo uma analogia<br />

com as demais organizações,<br />

verifica-se que esta possui características<br />

que são transversais a<br />

outros modelos de gestão, contudo,<br />

possui algumas especificidades<br />

que a tornam ímpar.<br />

Neste âmbito importa reflectir<br />

sobre cinco pecados capitais do<br />

mundo organizacional que não<br />

deixam de ser os nossos.<br />

O primeiro, prende-se com<br />

a estrutura de comunicação.<br />

Muitos dos nossos problemas<br />

estão relacionados com a gestão<br />

dos fluxos de informação.<br />

Se promovêssemos uma maior<br />

descentralização da informação,<br />

certamente em muitos casos teríamos<br />

um papel pró-activo e não<br />

reactivo como por vezes sucede.<br />

O segundo é a rotatividade<br />

(Turnover). este, é a meu ver, o<br />

maior entrave ao desenvolvimento<br />

sustentado de qualquer organização,<br />

porque provoca uma<br />

perda substancial de processos<br />

e dinâmicas já adquiridas, que<br />

terão que ser novamente reinventadas.<br />

a instituição Militar<br />

deve procurar promover uma<br />

maior permanência no posto de<br />

trabalho.<br />

O terceiro pecado está relacionado<br />

com a falta de ética. O<br />

clima organizacional é seriamente<br />

afectado, quando os colaboradores,<br />

ignoram os princípios<br />

éticos para unicamente alcançar<br />

resultados a qualquer custo.<br />

esta situação leva à desmotivação,<br />

factor preponderante na<br />

produtividade.<br />

A gestão de competências é o<br />

quarto pecado capital. Nas organizações<br />

os colaboradores são<br />

seleccionados para a função,<br />

tendo em conta as suas competências<br />

técnicas e sociais. O<br />

quinto pecado, está relacionado<br />

com a gestão do conhecimento,<br />

condição determinante na evolução<br />

das organizações. Deve ser<br />

encorajada a melhoria e a procura<br />

incessante do conhecimento<br />

científico, com o intuito de fomentar<br />

a qualidade da formação.<br />

Dito isto, talvez seja importante<br />

reflectir sobre:<br />

O desenho de objectivos futuros,<br />

sustentados numa vontade<br />

cooperativa, que podem e devem<br />

ser periodicamente revistos,<br />

ajustando-os às expectativas de<br />

cada colaborador.<br />

Novos agentes motivacionais,<br />

e,g., (gestão do tempo e gestão<br />

do conhecimento), pois o indivíduo<br />

que se encontrar motivado<br />

melhorará seguramente o seu desempenho<br />

e consequentemente<br />

a dinâmica da organização.<br />

Resta-me concluir reforçando<br />

que acredito piamente que conseguiremos<br />

dar uma resposta<br />

cabal aos novos desafios com<br />

os quais a instituição Militar se<br />

depara, e nunca nos esqueçamos<br />

que os tempos de dificuldades<br />

são também tempos de<br />

oportunidades, saibamos nós<br />

azimute<br />

aproveitá-las.<br />

Referências bibliográficas<br />

schneider, B. (1987). the people<br />

make the place. Personnel psychology,<br />

40, 437-454<br />

schneider, B., Goldstein, H.<br />

W., & smith, D., B. (1995). the asa<br />

framework: an update. Personnel<br />

psychology, 48, 747-773<br />

Neves, J. (2011). aptidões individuais<br />

e teorias motivacionais.<br />

Psicossociologia das organizações, 9,<br />

255-289<br />

Bibliografia<br />

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A model of person organization fit.<br />

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333-349.<br />

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and organizations: selection and<br />

socialization in<br />

public accounting firms.<br />

administrative science Quarterly, 36,<br />

459-484.<br />

Nº 192 DEC11<br />

<strong>AZ</strong>IMUTE<br />

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