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Manuel Philomeno de Miranda

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Manoel <strong>Philomeno</strong> <strong>de</strong> <strong>Miranda</strong>/ Divaldo Pereira Franco<br />

te as emoções <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadas e a chuva ácida dos conflitos <strong>de</strong><br />

consciência, acoimados pela culpa e pelo remorso, que procurávamos<br />

dissimular, complicando a oportunida<strong>de</strong>, infelicitando-nos.<br />

Renascemos, muitas vezes, com novos sentimentos <strong>de</strong><br />

renovação, abraçando i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> recuperação, e logo tropeçamos<br />

nos mesmos obstáculos que, por inércia e imprevidência, não<br />

nos atrevemos a afastar do caminho, tombando nas mesmas<br />

ciladas promovidas pela alucinação do gozo. Ante a inevitabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> novos insucessos, volvemos, por fim, encarcerados<br />

em expiações abençoadas que nos foram impostas pelo Excelso<br />

Amor, a fim <strong>de</strong> valorizarmos o tempo e a oportunida<strong>de</strong>,<br />

diluindo as fortes amarras com a animalida<strong>de</strong> primitiva a que<br />

nos afeiçoávamos.<br />

"Em muitas <strong>de</strong>ssas ocasiões encontramos Jesus e nos fascinamos<br />

com a Sua proposta libertadora, com as Suas incomparáveis<br />

lições <strong>de</strong> misericórdia e bonda<strong>de</strong> centradas no amor.<br />

entregando-nos, fascinados, mas não resistindo aos impulsos<br />

da inferiorida<strong>de</strong> moral a que nos atávamos, lentamente adaptando<br />

Seus ensinamentos aos nossos interesses espúrios.<br />

"Em nome do Seu amor, vinculamo-nos ao po<strong>de</strong>r imperial,<br />

<strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> ser perseguidos para nos tornarmos perseguidores,<br />

abandonamos a humilda<strong>de</strong>, sob os mantos do orgulho<br />

e da soberba... Encontramos meios <strong>de</strong> afastar os inimigos<br />

aos quais <strong>de</strong>veríamos amar, os antipatizantes que pensávamos<br />

conquistar, os equivocados que nos cabia esclarecer, e <strong>de</strong>mos<br />

início às aventuras da loucura, criando as Cruzadas, os Tribunais<br />

do Santo Ofício, as perseguições inclementes aos mouros<br />

e ju<strong>de</strong>us, a todos aqueles que não compartilhavam das nossas<br />

i<strong>de</strong>ias, afundando-nos no abismo das aberrações mais <strong>de</strong>sastrosas.<br />

Culminamos essas arbitrarieda<strong>de</strong>s em nome do Mártir<br />

da Cruz com a venda das indulgências, liberando todos os<br />

criminosos dos seus hediondos comportamentos através do vil<br />

metal que <strong>de</strong>veria ser enviado a Roma para a construção da<br />

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