Manuel Philomeno de Miranda
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Manoel <strong>Philomeno</strong> <strong>de</strong> <strong>Miranda</strong>/ Divaldo Pereira Franco<br />
"As dores morais foram-me superiores às frágeis resistências,<br />
e não suportando as angústias contínuas, em razão do<br />
imenso amor <strong>de</strong>dicado à minha menina, faleci vitimada por<br />
um ataque cardíaco..."<br />
Silenciou, entristecida, olhando o Espírito querido, ainda<br />
vitimado pelo seu algoz...<br />
- Por favor, socorram-na - rogou, súplice, <strong>de</strong> mãos<br />
postas e quase ajoelhando-se, no que foi impedida <strong>de</strong> imediato.<br />
Um ser <strong>de</strong>moníaco toma-a e <strong>de</strong>sgraça-a <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aqueles<br />
longes-pertos dias <strong>de</strong> aberrações.<br />
Não havia dúvidas <strong>de</strong> que a jovem dançarina atraíra terrível<br />
amante <strong>de</strong> outra existência que se lhe vinculara psiquicamente<br />
enquanto no corpo físico, enciumado da conduta que se<br />
permitia, passando a explorá-la nos conúbios sexuais <strong>de</strong> ocasião<br />
e <strong>de</strong> perversão, usurpando-lhe as energias emocionais e,<br />
não poucas vezes, tomando-a em surtos obsessivos terríveis...<br />
Examinando o psiquismo do perseguidor, pu<strong>de</strong>mos perceber-lhe<br />
os clichês mentais das mais chocantes aberrações, a<br />
revolta pela morte que a dominara durante o tsunami, assim<br />
ameaçando-lhe a exploração <strong>de</strong> energias. Tão profundos eram<br />
os vínculos entre um e outro, perispírito a perispírito, que ele<br />
se lhe imanava qual um molusco à concha que conduz, perversamente<br />
ameaçando-a.<br />
Aproximei-me da infeliz e apliquei-lhe energias balsâmicas<br />
e calmantes, levando-a a um ligeiro torpor. Enquanto isso,<br />
a mãezinha orava as sutras do Corão, dominada por emoção<br />
compreensível e acompanhando a nossa terapia.<br />
Quando conseguimos que o Espírito adormecesse, <strong>de</strong>mos<br />
início ao seu <strong>de</strong>slindamento das vísceras orgânicas, o que<br />
conseguimos com o auxílio e a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abdul que veio<br />
em nosso socorro. As duas entida<strong>de</strong>s muito ligadas, lembravam-nos<br />
um caso <strong>de</strong> xifopagia espiritual. O malfeitor bradava<br />
em alucinação com medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r a presa que explorara por<br />
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