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Dissertação Teo Bueno - Museu da Vida

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conceito de meio ambiente como fonte de “recursos naturais” é ideologicamente<br />

construído e atende a expectativas de classes dominantes que detêm o poder sobre os<br />

meios de produção (SMITH, 1988). A construção desse conceito remonta à época em<br />

que o homem através <strong>da</strong> técnica começou o processo de domesticação do ambiente<br />

natural e passou paulatinamente a modificá-lo. (SANTOS, 2002)<br />

O consumo dos recursos naturais em escala industrial tornou ain<strong>da</strong> mais<br />

significativo o impacto ambiental do desenvolvimento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de humana. É<br />

interessante ressaltar que desde sempre a espécie humana causou impacto no ambiente.<br />

Mesmo na época em que as populações humanas consistiam em apenas alguns<br />

pequenos grupos de caçadores coletores, nós já causávamos algum tipo de modificação<br />

ambiental que evidentemente não era ain<strong>da</strong> tão significativa e traumática como é nos<br />

dias de hoje, mas que, no entanto existia. Esse impacto é inerente ao processo de<br />

modificação que os organismos causam no meio em que se encontram. No caso <strong>da</strong><br />

espécie humana essa capaci<strong>da</strong>de de modificação ambiental é ain<strong>da</strong> mais potencializa<strong>da</strong><br />

devido ao telencéfalo desenvolvido e ao polegar opositor que capacitou nossos<br />

ancestrais a criar ferramentas e tecnologias que associados com nosso alto poder<br />

comunicativo nos permitiu registrar e documentar nossos atos, facilitando assim a<br />

transmissão do conhecimento conforme ele ia sendo desenvolvido. O talento de nossos<br />

ancestrais levou aos eventos de conquista ambiental que permitiram que algumas<br />

<strong>da</strong>quelas socie<strong>da</strong>des coletoras passassem a se fixar, cultivar e domesticar plantas e<br />

animais (DIAMOND, 2002). A fixação em um território foi crucial no desenvolvimento<br />

<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de humana em modificar o ambiente (DIAMOND, 2002). É evidente que<br />

existe um universo de acontecimentos e contingências históricas que conectam o<br />

advento <strong>da</strong> agricultura com a revolução industrial, mas não pretendo entrar nesses<br />

detalhes, só estou chamando a atenção de que a modificação ambiental não é um<br />

fenômeno essencialmente “moderno”, que teve início apenas depois <strong>da</strong> revolução<br />

industrial como muitas vezes é retratado por setores <strong>da</strong> mídia e também por setores<br />

acadêmicos envolvidos com as questões ambientais (LEWINSOHN, 1997). Lewinsohn<br />

(1997) cita Perlin(1989) para <strong>da</strong>r exemplos de crises ambientais que ocorreram no<br />

período de 2000 a.c. a 200 d.c. As crises a que ele se refere são: o pre<strong>da</strong>tório<br />

desflorestamento ocorrido na Babilônia em 2000 a.c que levou a uma crise de<br />

construção e combustíveis naquela civilização; a crise de salinização dos solos ocorri<strong>da</strong><br />

em função de uma utilização excessiva na Mesopotânia em 1.700 a.c.; a insustentável<br />

deman<strong>da</strong> de carvão e lenha para metalurgia que arrasou as terras de Creta e Grécia em<br />

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