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Dissertação Teo Bueno - Museu da Vida

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distribuição social dos lucros (Ecologia do Copo), a abor<strong>da</strong>gem humanista que as<br />

empresas deveriam ter na prestação de seus serviços e produção de seus produtos<br />

(Ecologia do Coração), os rumos políticos que o Brasil pode ter do ponto de vista <strong>da</strong><br />

eleição do Lula (Ecologia <strong>da</strong> Esperança), aspectos <strong>da</strong>s relações humanas no dia a dia<br />

empresarial (Ecologia do Sucesso) e reflexões sobre o significado do Natal e os<br />

aspectos consumistas e de desperdício associados a esta <strong>da</strong>ta (Ecologia do Natal).<br />

Isso demonstra a multiplici<strong>da</strong>de de contextos de utilização do termo ecologia e<br />

certo esvaziamento de seu significado na medi<strong>da</strong> em que a palavra passa a ser utiliza<strong>da</strong><br />

em qualquer situação sem aparente critério. Esta multiplici<strong>da</strong>de de contextos<br />

relacionados ao termo ecologia demonstra também um pouco do caráter heterogêneo do<br />

discurso sobre meio ambiente presente na revista, uma vez que as definições buscam<br />

elementos de discursos externos à ecologia para defini-la.<br />

A primeira definição para o termo é apresenta<strong>da</strong> no editorial <strong>da</strong> quarta revista<br />

publica<strong>da</strong>. Essa edição foi lança<strong>da</strong> em Junho de 2002 especialmente em função do Dia<br />

Mundial do Meio Ambiente e o título do seu editorial é “Eis a questão Ambiental”.<br />

Durante o texto desse editorial, o editor define a palavra ecologia de diferentes<br />

maneiras. A primeira delas faz referências ao discurso científico associado à subárea <strong>da</strong><br />

Biologia, ao se referir à ecologia como sendo o estudo do Oikos, que em grego significa<br />

casa, explicitando assim a etimologia do termo cunhado pelo cientista Ernest Haeckel<br />

em 1866 (COUTINHO, 2002). Entretanto, o editor não desenvolve muito o aspecto<br />

científico do termo ecologia e sim o aspecto relacionado ao termo casa, fazendo uma<br />

analogia do planeta Terra como nossa casa.<br />

66<br />

“Essa foi a primeira revolução de nossa<br />

consciência: moramos todos no mesmo lugar. Somos<br />

vizinhos e mesmo que não gostemos, tenhamos tantas<br />

diferenças e intolerâncias, temos de nos <strong>da</strong>r as mãos<br />

senão a natureza que garante a vi<strong>da</strong> dessa casa morre<br />

com todos nós dentro dela.” (JB Ecológico nº. 4, página<br />

08, 3º parágrafo )<br />

Percebemos nesse trecho do editorial que a utilização <strong>da</strong> analogia do planeta<br />

Terra como nossa casa está implícita e dá sentido a expressões como “moramos todos<br />

no mesmo lugar”, “somos vizinhos”. No entanto, sabemos que na reali<strong>da</strong>de ocupamos o<br />

mesmo planeta, mas nem todos podem morar no mesmo lugar e que os estilos de vi<strong>da</strong><br />

são completamente diferentes. A distribuição desigual de ren<strong>da</strong> faz com que o acesso à<br />

moradia também seja desigual principalmente em países em desenvolvimento.

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