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Dissertação Teo Bueno - Museu da Vida

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Seguindo essa definição de ecologia, o editor alerta para o quanto as questões<br />

ambientais são cruciais em questões hegemônicas ao afirmar que existe uma resistência<br />

por parte de alguns setores políticos e econômicos de tratar dessas questões.<br />

70<br />

“Aí reside o perigo e a resistência que os poderosos, tanto<br />

políticos como empresários globalizados, têm <strong>da</strong> questão<br />

ambiental (...)<br />

No fundo, no fundo, ela [a questão ambiental] é<br />

profun<strong>da</strong>mente subversiva na medi<strong>da</strong> em que mexe com<br />

uma conduta ancestral na<strong>da</strong> amorosa <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de com<br />

a própria natureza e consigo mesmo. A ecologia, enfim<br />

propõe quebrar o nosso ego, o nosso desamor, propõe<br />

amar o próximo. (...) propõe sermos fraternos e<br />

igualitários.”<br />

(JB Ecológico, Nº4, página 08, 9º e 10º parágrafo )<br />

Esse sentido de questionamento de valores hegemônicos é ain<strong>da</strong> reforçado pelo<br />

editor ao afirmar que a Ecologia estaria propondo uma perigosa revolução às ordens<br />

hegemônicas na medi<strong>da</strong> em que as transformações propostas por ela tornariam a<br />

socie<strong>da</strong>de “ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente sustentável”.<br />

(JB Ecológico, Nº4, página 08,12º parágrafo )<br />

Essas múltiplas definições para a Ecologia demonstram ao menos duas<br />

interfaces presentes na elaboração do sentido do termo ecologia. Na primeira delas,<br />

definições de ecologia que aderem ao discurso ecológico, tais como desenvolvimento<br />

sustentável e seleção natural, são associa<strong>da</strong>s a conceitos de cunho místico e religioso.<br />

A segun<strong>da</strong> interface se deu em alguns editoriais que utilizavam o termo<br />

Desecologia para se referir a to<strong>da</strong> prática contrária ao que o editor considera ecológico,<br />

como, por exemplo, aquelas empresas que poluem, que visam o lucro em detrimento do<br />

bem estar ambiental, dos políticos que não se sensibilizam com as questões ambientais e<br />

dos ci<strong>da</strong>dãos que não apresentam uma conduta adequa<strong>da</strong> à preservação do ambiente,<br />

tais como jogar lixo no chão ou desperdiçar água. Esta referência constrói outros<br />

sentidos para ecologia, mais vinculados à relação entre economia e desenvolvimento ou<br />

ao exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia em ações locais em práticas cotidianas.<br />

Intertextuali<strong>da</strong>de nos editoriais<br />

Nos Editoriais analisados foi possível perceber também como e em que medi<strong>da</strong><br />

elementos de outros discursos sobre meio ambiente, que não aquele associado à<br />

disciplina Ecologia, atravessam o Discurso presente na revista. Pudemos identificar<br />

alguns exemplos nos quais há articulações de conceitos e perspectivas associa<strong>da</strong>s ao

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