Dissertação Teo Bueno - Museu da Vida
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As quantificações gera<strong>da</strong>s pelos levantamentos realizados nas seções Páginas<br />
verdes, Gente Ecológica e Carta do Leitor são úteis no sentido que apontam para os<br />
tipos de discurso e enunciadores que o JB Ecológico dá espaço e dialoga. No entanto,<br />
esse tipo de análise não pode desconsiderar o conteúdo e o contexto do que é dito pelos<br />
geradores dos <strong>da</strong>dos levantados. A heterogenei<strong>da</strong>de discursiva <strong>da</strong> revista é construí<strong>da</strong><br />
justamente pelas diferenças existentes entre os enunciadores tanto no plano intra-<br />
categorias como inter-categóricos.<br />
Se, por um lado, esta diversi<strong>da</strong>de de enunciadores implica que meio ambiente é<br />
assunto que diz respeito a diferentes grupos sociais, por outro, há um peso considerável<br />
sobre opiniões e ações de determinados setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. A revista privilegia a<br />
interlocução com os setores políticos e empresariais em detrimento, por exemplo, dos<br />
cientistas e atores do terceiro setor. Essa abor<strong>da</strong>gem que a revista dá às questões<br />
ambientais reforça a hegemonia do discurso desses setores privilegiados frente a essas<br />
questões. Apesar de <strong>da</strong>r espaço para uma varie<strong>da</strong>de de vozes sociais, o JB Ecológico<br />
determina na constituição de seu discurso sobre meio ambiente o volume que ca<strong>da</strong> uma<br />
dessas vozes terá no diálogo ali estabelecido.<br />
Editoriais: os sentidos para ecologia<br />
A análise dos editoriais permitiu uma discussão sobre como se dá a construção<br />
dos sentidos que a revista faz <strong>da</strong> palavra ecologia e os intertextos realizados nessa<br />
seção. Os textos dos treze editoriais analisados revelaram aspectos <strong>da</strong> posição<br />
enunciativa de seu autor e sua aderência a diferentes discursos sobre meio ambiente que<br />
circulam na socie<strong>da</strong>de. Como se espera de um editorial, o texto não possui caráter<br />
impessoal e, neste caso, inclui diversas referências e relatos de experiências vivi<strong>da</strong>s pelo<br />
editor e suas reflexões acerca dos rumos políticos e ambientais do país e do mundo.<br />
Ao longo dos editoriais, muitas definições foram atribuí<strong>da</strong>s ao termo Ecologia.<br />
Dos trezes editoriais analisados, oito apresentavam a palavra ecologia em seu título. São<br />
eles: Ecologia do Coração, Ecologia do Copo, Ecologia <strong>da</strong> Esperança, Ecologia do<br />
Sucesso, Ecologia <strong>da</strong> Liderança, Ecologia do Perdão, Ecologia do Sapo e Ecologia do<br />
Natal. Estes editoriais focalizaram questões tais como: a questão do extermínio de<br />
animais para confecção de casacos de pele (Ecologia do Perdão) a posição do Brasil no<br />
quadro internacional <strong>da</strong> discussão ambiental (Ecologia <strong>da</strong> Liderança), a problemática do<br />
aquecimento global (Ecologia do Sapo), a questão do desenvolvimento econômico e a<br />
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