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Dissertação Teo Bueno - Museu da Vida

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fora <strong>da</strong> panela. No trecho que selecionamos como exemplo desse editorial, podemos<br />

perceber a forma com que o editor apresenta informações que foram inicialmente<br />

formula<strong>da</strong>s em um âmbito acadêmico e científico. Ele não faz nenhum tipo de<br />

problematização dos meios pelos quais essas informações foram gera<strong>da</strong>s e também não<br />

atribui nenhum tipo de autoria à formulação desses <strong>da</strong>dos. Além disso, ele ressignifica<br />

esses <strong>da</strong>dos científicos na forma de metáfora tal qual a expressão “fervendo em ebulição<br />

suici<strong>da</strong>”. As expressões, “pulem fora <strong>da</strong> panela” e “desliguem o gás” se referem à<br />

comparação com o exemplo do sapo e também à metáfora de que o planeta está<br />

fervendo. Dessa forma, o editor acaba por <strong>da</strong>r mais destaque ao aspecto de alarme<br />

dessas informações, elaborando assim um discurso fatalista e de irreversibili<strong>da</strong>de dessas<br />

questões como pode ser visto no trecho seguinte desse editorial:<br />

74<br />

“Não pulamos, nem desligamos, vide que nenhum<br />

dos nossos futuros presidenciáveis, futuros<br />

governadores e deputados anuncia ou promete<br />

abraçar a questão ambiental como priori<strong>da</strong>de em<br />

seus planos de governos. E a gente vai votar neles<br />

assim mesmo por não termos outra opção.” (JB<br />

Ecológico, Nº 8, página 06, 7º parágrafo)<br />

Destacamos também como exemplo de paráfrases os discursos relatados<br />

atribuídos a diferentes interlocutores, de regiões e lugares sociais distintos. As<br />

pressuposições foram comuns na utilização do discurso científico ou técnico, em muitas<br />

situações ocorreram pressuposições na medi<strong>da</strong> em que diversos termos e conceitos<br />

foram utilizados sem problematizar seus sentidos. Os termos eram utilizados a partir <strong>da</strong><br />

pressuposição de que os leitores saberiam significá-los. (Desenvolvimento Sustentável,<br />

variáveis geoclimáticas, média de temperatura global)<br />

Também foram comuns representações discursivas como, por exemplo,:<br />

“Quem faz as coisas an<strong>da</strong>rem -disse Fábio<br />

(Feldmam,secretário executivo do Fórum Brasileiro de<br />

Mu<strong>da</strong>nças Climáticas) , perante o auditório lotado <strong>da</strong> Rio<br />

+10 Brasil- são as pessoas líderes de si mesmas, aquelas<br />

que lutam por algo em que acreditam ver<strong>da</strong>deiramente.”<br />

(JB Ecológico, nº6, página 07)<br />

A utilização do termo “Descologia” por parte do editor em diversos editoriais<br />

nos remete a um processo de construção de significado a partir <strong>da</strong> negação <strong>da</strong> ecologia.<br />

Esse termo segundo o autor representa a negação <strong>da</strong>s atitudes ecologicamente corretas<br />

no plano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e <strong>da</strong> produção econômica, ou seja, ele atribui esse termo às

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