Dissertação Teo Bueno - Museu da Vida
Dissertação Teo Bueno - Museu da Vida
Dissertação Teo Bueno - Museu da Vida
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
no momento em que a então vice-governadora Benedita <strong>da</strong> Silva assume o cargo de<br />
governadora do Estado. No entanto essa análise <strong>da</strong> conjuntura é construí<strong>da</strong> com base em<br />
paráfrases <strong>da</strong> letra <strong>da</strong> música Sozinho, grava<strong>da</strong> por Caetano Veloso e que teve enorme<br />
êxito comercial em 2002, como exemplificado no trecho abaixo:<br />
49<br />
“... E ain<strong>da</strong> me faço às vezes no silêncio <strong>da</strong> noite,<br />
como se eu fosse não essa onça par<strong>da</strong>, sussuarana. Mas<br />
um Caetano ecológico, cantando aquela canção do<br />
peninha: Eu fico imaginando os dois, o Rio e a Benedita.<br />
...Por que o seu governo, Benedita, seu secretário de meio<br />
ambiente e seu PT deixam o ci<strong>da</strong>dão fluminense tão solto<br />
na questão ecológica? Porque você não cola total na<br />
causa <strong>da</strong> recuperação ambiental <strong>da</strong> Baia de Guanabara?<br />
Estamos nos sentido muito sozinhos, Benedita”<br />
(JB Ecológico Nº2, página 17)<br />
Dessa forma, embora a revista se proponha a fazer uso de uma linguagem<br />
jornalística para tratar a questão ambiental ela, ao mesmo tempo, permite uma<br />
flexibili<strong>da</strong>de ao explorar outras linguagens para abor<strong>da</strong>r esse assunto na tentativa de<br />
estabelecer o que o seu editor cunhou de Comunicação Ambiental. Segundo o editor <strong>da</strong><br />
revista JB Ecológico, Comunicação Ambiental seria a ponte que comunica as ações<br />
ambientalmente corretas <strong>da</strong>s empresas para o publico em geral (editorial <strong>da</strong> edição nº3).<br />
É através <strong>da</strong> Comunicação ambiental que as empresas, empresários, políticos, Ongs e<br />
governos podem divulgar para um público de não-especialistas as ativi<strong>da</strong>des que<br />
desenvolvem. Esse tipo de comunicação contribui para a construção de imagens<br />
institucionais que buscam criar uma empatia do público com os agentes <strong>da</strong>s ações<br />
ambientais. No entanto, esse tipo de comunicação precisa ressignificar para o público<br />
leigo, termos técnicos, científicos, administrativos e jurídicos que não fazem parte do<br />
universo discursivo <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s pessoas que irão ler esses textos.<br />
O processo de ressignificação discursiva implica escolhas. Essas escolhas são<br />
feitas no momento em que produzimos um texto e envolvem a construção, a<strong>da</strong>ptação e<br />
transformação de conceitos e expressões oriundos de outros campos discursivos. Por<br />
exemplo, os nossos resultados <strong>da</strong> análise dos editoriais indicam que a palavra ecologia é<br />
ressignifica<strong>da</strong> de diferentes maneiras ao longo dos editoriais. Há situações onde o<br />
conceito científico <strong>da</strong> ecologia é lembrado, em outros são gerados intertextos com um<br />
conjunto de enunciados de origem religiosos. Esses resultados serão mais