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FLAVIA CAMPOS DE MELO SILVA - Unisul

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vestuário, ou o que fazer em circunstâncias específicas, mascarando ou valorizando traços<br />

corporais específicos.<br />

108<br />

Ao serem identificadas fisicamente pelas revistas de moda, as leitoras são<br />

constantemente avaliadas de forma positiva ou negativa. Em quaisquer das seções analisadas,<br />

encontramos dicas do que é apropriado ou não, e de comentários positivos ou negativos com<br />

relação às escolhas das roupas das leitoras (e.g. seção Manequim Responde, Certo e Errado).<br />

As revistas de moda avaliam tanto o conjunto corporal quanto partes do corpo, sendo esta<br />

última estratégia mais recorrente. Ao avaliar determinado corpo, as revistas prescrevem<br />

comportamentos e escolhas e determinam que tipo de corpo deve usar determinado tipo de<br />

roupa.<br />

Com relação à pergunta 4 (Quais são as vantagens apresentadas para a mulher<br />

que se alinha ao modelo de corpo magro, e quais as desvantagens para aquelas que estão<br />

fora do padrão?), quando se alinha ao modelo de corpo magro, a mulher demonstra que é<br />

capaz de ter controle sobre seu próprio corpo. A competência por ela exposta a faz ser<br />

avaliada de forma positiva, uma vez que ela estará inserida num grupo socialmente<br />

valorizado. Ainda que muitas vezes a mulher não compartilhe deste modelo tido como ideal,<br />

se ela ‘reconhecer’ seus ‘defeitos’ e souber mascará-los, ela também está em vantagem, pois<br />

sua avaliação pelo Outro será positiva. Por outro lado, ao não se encaixar no modelo<br />

hegemônico de corpo (e.g. mulheres com sobrepeso, mulheres idosas, mulheres portadoras de<br />

deficiências físicas) e não seguir as prescrições midiáticas para mascarar seus supostos<br />

‘defeitos’, a mulher é excluída da sociedade, sendo obrigada a viver às suas margens. Além<br />

disso, essa mulher é vista como relaxada, incapaz de controlar seu próprio corpo. O corpo é<br />

um objeto construído cultural e materialmente pelos sujeitos, daí não ser mais aceita a noção<br />

do corpo ‘natural’, ou da impossibilidade de enquadrar o corpo ao modelo padrão. A mídia<br />

“despeja” em nossas vidas diversas estratégias disciplinares para alcançar o corpo padrão (ou

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