FLAVIA CAMPOS DE MELO SILVA - Unisul

116. Sou gordinha por completo. Minha cintura e quadris são proporcionais. Dizem que saia com um
leve rodado fica bem em mim. Será? (Manequim, Manequim Responde, janeiro de 2006, p. 10)
117. Para disfarçar os seios grandes, você deve usar roupas com decote cachecoeur, em V ou em U.
(Manequim, Manequim Responde, março de 2006)
118. O vestidão com tecido de bom caimento e decote em V funciona para quase todos os tipos de corpos.
(Manequim, Certo e Errado, março de 2006, p. 38)
119. O corpão bonito permite brincadeiras fashion. Mas não exagere. (Manequim, Certo e Errado, março de
2006, p. 39)
120. Os bolsos criam volume na região da cintura. Evite-os se tiver barriguinha. (Manequim, Nossa Capa,
abril de 2006, p. 26)
121. Combine um top do material [veludo] com uma calça reta e básica para uma figura longilínea. (Estilo
de Vida, Radar de Moda, maio de 2006, p. 36)
122. Tronco Largo – Você precisa ajustar as proporções entre quadris e ombros. (Estilo de Vida, Guia de
Estilo, maio de 2006, p. 66)
123. O top largo e cheio de camadas agrega volume ao tronco. Ideal para quem é do tipo mignon. (Estilo
de Vida, Guia de Estilo, fevereiro de 2006, p. 38)
124. Seios grandes – Ele [decote em V] é perfeito para valorizar seios grandes sem aumentá-los. (Estilo de
Vida, Guia de Estilo, maio de 2006, p. 71)
125. Atlético – Uma mulher atlética pode usar um jeans sequinho. (Estilo de Vida, Guia de Estilo, março
de 2006, p. 50)
126. Quem não está com as formas em dia deve evitar roupas aderentes. (Manequim, Certo e Errado, abril
de 2006, p. 69)
A representação do atores sociais leitoras (exemplo 116 e 117) e ‘mulheres em
geral’ (exemplos 118, 119, 120 e 121) através da identificação física é central para a descrição
das leitoras e das mulheres em geral nas revistas de moda feminina, seja referindo-se a
aspectos ‘inadequados’ de seus corpos e dando sugestões para corrigir ou disfarçar o que está
‘errado’, ou aconselhando a valorizar aspectos ‘positivos’ e evitar ‘excessos’. O corpo
feminino é uma peça chave no discurso das revistas femininas de moda, e são constantes as
referências a como ele é visto pela mídia e pelo Outro. Note-se que na maioria dos exemplos
acima, o corpo da mulher é fragmentado, representado através de suas partes e não de seu
todo.
São poucas as ocasiões em que o corpo aparece como um todo (exemplos 118,
119, 123 e 125). O mais freqüente é que o corpo seja representado por palavras que nos
remetem a suas partes (exemplo 122 e 124). Através da análise do corpus parece não ser
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