FLAVIA CAMPOS DE MELO SILVA - Unisul
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pessoais disciplinares dos indivíduos e que, organizados e regulados em conformidade com<br />
determinadas convenções sócio-culturais e estratégias de produção identitária, são relevantes<br />
para a continuidade ou promoção de traços corporais de ordem cinética ou imagética.<br />
Giddens ainda diz que os regimes têm importância central para a auto-identidade<br />
precisamente porque ligam os hábitos individuais a aspectos visíveis da aparência corpórea.<br />
Segundo ele, os regimes não são apenas de natureza alimentar; “a roupa é um outro tipo de<br />
regime” (GID<strong>DE</strong>NS, 2002, p. 62). Nesse sentido, a roupa ultrapassa a qualidade de protetora<br />
do corpo, ela é um meio de exibição simbólica, um modo de se exteriorizar as narrativas da<br />
auto-identidade.<br />
Com relação ao corpo feminino, é através do vestuário que ele se reconstrói<br />
arquitetonicamente, cancelando, parcial ou totalmente, suas linhas de suporte. A possibilidade<br />
de redesenho corporal, através dos elementos de composição plástica da roupa, permite a<br />
criação de “diferentes narrativas e vários percursos de indexalização e divisão do corpo [...]<br />
[As roupas] assumem significados sociais quando imprimem valores e procedimentos<br />
estéticos correspondentes ao grupo” (CASTILHO, 2004, p. 144).<br />
2.5 A ACD E OS DISCURSOS DA MÍDIA<br />
Pelo fato de as práticas sociais serem constituídas pela articulação de diversos<br />
tipos de elementos sociais (atividade produtiva, meios de produção, relações sociais,<br />
identidades sociais, valores culturais, consciência e semiose), é importante ressaltar a<br />
articulação entre o discurso e outros elementos não-discursivos dessas práticas.<br />
Bell e Garrett (1998) alegam que, como os estudos da mídia são eminentemente<br />
multidisciplinares, temos que, antes de mais nada, definir o que é discurso dentro do escopo<br />
de nossa pesquisa. Num viés sociológico, o discurso é visto basicamente como dependente<br />
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