FLAVIA CAMPOS DE MELO SILVA - Unisul
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A penúltima etapa do novo enquadre para ACD é a identificação de possíveis<br />
maneiras de superar os obstáculos. Esta etapa tem como objetivo explorar as possibilidades<br />
de mudança e superação dos problemas identificados por meio das contradições das<br />
conjunturas (RESEN<strong>DE</strong>; RAMALHO, 2006). É nesse ponto que a análise está se movendo da<br />
crítica negativa para a positiva (FAIRCLOUGH, 2001), ou seja, é o momento de identificação<br />
das possibilidades até então não realizadas ou parcialmente realizadas de mudanças em<br />
relação ao estado de coisas atual. Por haver a necessidade de conter uma reflexão sobre o<br />
problema analisado, a última etapa denomina-se reflexão sobre a análise, já que toda pesquisa<br />
crítica deve ser reflexiva. Essa reflexão traz uma resposta a si mesma: “perguntado o quão<br />
eficiente uma crítica é, se contribui ou não – ou se pode contribuir ou não – para a<br />
emancipação social” (FAIRCLOUGH, 2001, p. 127).<br />
2.2 HISTÓRIA DA MODA 4<br />
Definindo moda como uma máquina econômica, movida pela mudança e de<br />
natureza desassossegada, Cidreira (2005) alega que a moda está sempre em busca da novidade<br />
e da descartabilidade anunciada. Assim, falar em moda é falar em consumo 5 . Essa indústria<br />
está em constante renovação e isso lhe confere grande importância para a economia. Para<br />
Cidreira (2005, p. 59) a moda:<br />
É um mercado vivo que se renova e cresce constantemente e que, historicamente,<br />
aparece como um elemento importante para a compreensão da passagem do estado<br />
4 Apesar do foco da pesquisa não ser a moda, ela se faz necessária para que a pesquisa se contextualize. Contudo,<br />
deve-se fazer a distinção entre moda e vestuário. De acordo com Lipovetsky (1987), a moda se constitui pelos<br />
sentidos da mudança, transformação, efemeridade, enquanto que o vestuário tinha um caráter mais realístico, que<br />
não se modificava.<br />
5 O papel da moda não se restringe somente ao consumo. De acordo com Martins (2004, p. 17), diversas culturas<br />
têm o poder de criar “instituições que assumem o papel de arquidestinador de comportamentos, ideologias,<br />
gostos, estilos de vida, leis de interação, etc.”. E a moda é uma dessas instituições. Ela “modaliza maneiras de o<br />
sujeito materializar-se como presença; propõe continuidades e rupturas; inaugura, recupera e antecipa tendências<br />
e perspectivas. [...] Dita modos, que, na aparência, são oferecidos como propostas.”<br />
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