FLAVIA CAMPOS DE MELO SILVA - Unisul

coleções, mas que precisa saber como usá-las na vida real” (comunicação pessoal com Dulce
Pickersgill). As palavras da diretora da revista Estilo de Vida confirmam a noção de as
revistas prescreverem a moda que as leitoras devem seguir, ou seja, a leitora ideal consome a
revista com o intuito de aprender como se vestir e que produtos consumir.
Ambas as revistas apresentam em sua capa uma celebridade. A diferença entre
elas paira no “uso” dessas celebridades. A revista Manequim apresenta uma celebridade
televisiva, geralmente uma atriz de determinada novela do momento. Ali, a apresentação se dá
através dos modelos usados por essa personagem. Já a revista Estilo de Vida apresenta a
celebridade demonstrando seu estilo próprio, o que ela faz para estar na moda, adaptando esse
estilo às leitoras comuns. Leia-se aqui que as diferenças corporais contam, pois embora a
Estilo de Vida alegue que as roupas ilustradas pela celebridade do mês podem ser usadas por
qualquer mulher, a revista ao mesmo tempo prescreve – através da faixa etária, altura, tipo
corporal – que corpos devem ou não usar aqueles determinados modelos.
Dulce ainda comenta o fato de que é o visual e os textos sobre moda que fazem
com, à primeira vista, os conteúdos das duas revistas sejam considerados semelhantes. Ela
ainda complementa dizendo que a Estilo de Vida “trouxe para o jornalismo de moda brasileiro
uma linguagem didática baseada no serviço e no visual ágil, com as peças fotografadas
individualmente e com proporções completas”, permitindo à leitora montar seus próprios
modelos.
Dulce Pickersgill também menciona que as leitoras são fiéis a esta ou àquela
publicação devido ao fato de poderem identificar as diferenças nos conteúdos e escolherem a
revista que mais atende às suas necessidades.
No próximo capítulo, a partir do modelo de representação dos atores sociais,
proposto por van Leeuwen, efetuo a análise das seções Manequim Responde, Certo e Errado
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