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FLAVIA CAMPOS DE MELO SILVA - Unisul

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apresentado como o ideal. Na modernidade tardia 2 , o corpo magro é apresentado pelos<br />

discursos mainstream (mídia de massa, indústria cultural, até mesmo pelo discurso científico)<br />

como aquele que toda mulher deve possuir, ou esforçar-se ao máximo para aproximar-se dele,<br />

já que esse corpo está imbricado com noções de saúde, autocontrole, sucesso e bem-estar<br />

pessoal.<br />

Já o corpo com sobrepeso é discriminado em todo e qualquer segmento social, não<br />

sendo diferente na moda. A moda é feita para o corpo que possui medidas-padrão (leia-se,<br />

mais uma vez, corpo magro). Qualquer estilo de roupa é sempre exposto, tanto na mídia<br />

quanto nas vitrines de lojas, por alguém que possui o padrão de corpo magro e ‘belo’. O<br />

vestuário indica pertencimento a grupos sociais específicos, assim como pode marcar<br />

variáveis como classe e status social. Uma das estratégias disponíveis para aqueles que estão<br />

fora do padrão do corpo magro, jovem e curvilíneo de tentar abandonar sua posição marginal<br />

e conquistar aceitação e status social é através da escolha do vestuário.<br />

Devido ao imperativo do corpo magro, construído e disseminado por diversos<br />

discursos públicos de grande circulação e poder de aceitação, como é o caso do discurso<br />

midiático sobre o vestuário, creio ser necessário investigar a forma como os discursos<br />

midiáticos de massa estimulam suas receptoras a aproximar seus corpos do modelo<br />

hegemônico, em especial a forma como as escolhas lingüísticas feitas pelos produtores desses<br />

textos expressam e constroem técnicas disciplinares que ajudam a moldar as identidades de<br />

suas leitoras.<br />

2 Alta modernidade, modernidade tardia ou modernização reflexiva é definida por Giddens (2002) como uma<br />

ordem pós-tradicional, que, longe de romper com os parâmetros da modernidade propriamente dita, radicaliza ou<br />

acentua as suas características fundamentais.<br />

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