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FLAVIA CAMPOS DE MELO SILVA - Unisul

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dos contextos sociais de uso da linguagem. Já num viés lingüístico tradicional, o termo<br />

discurso focaliza mais a linguagem e seu uso. De uma perspectiva crítica, como a da ACD,<br />

nos interessa fundir essas duas noções.<br />

Com relação ao discurso midiático, a análise do discurso necessita abdicar da<br />

antiga definição de texto, que era concebido como um pedaço de papel com letras impressas.<br />

O texto midiático deve também incluir músicas, sons, imagens, texturas. Nas últimas décadas,<br />

o discurso da mídia tem sido foco de inúmeros trabalhos de pesquisa nas áreas da linguagem e<br />

da comunicação. Bell e Garrett (1998, p. 3-4) apontam quatro principais razões para que o<br />

discurso da mídia seja analisado:<br />

Primeiro, a mídia é uma rica fonte de dados de fácil acesso para a pesquisa e o<br />

ensino. Segundo, o uso da mídia influencia e representa os usos e atitudes em<br />

relação à linguagem em uma comunidade discursiva. Terceiro (e relacionado), o uso<br />

da mídia pode nos contar muito sobre os significados e estereótipos sociais<br />

projetados através da linguagem e da comunicação. Em quarto lugar (e novamente<br />

relacionado), a mídia reflete e influencia a formação e expressão da cultura, da<br />

política e da vida social.<br />

Os/as analistas do discurso que trabalham com revistas femininas acreditam que a<br />

mídia ocupa um papel importante na construção de representações de mundo, de relações e de<br />

identidades sociais, sobretudo no que diz respeito a temática do corpo. Na modernidade<br />

tardia, a disseminação da mídia de massa através de diferentes meios e suportes ajudou a<br />

transformar o corpo num objeto imagético, visto pela a sociedade como ‘um vasto arsenal de<br />

imagens visuais’ (FIORANI, 2007). A mídia de massa projeta imagens de um corpo esbelto,<br />

longilíneo e elegante, qualidades ilustradas por celebridades e modelos que ditam como o<br />

corpo deve ser (ou não ser).<br />

Através destas celebridades e modelos, a mídia constrói e faz circular um padrão<br />

hegemônico de corpo ‘ideal’. Nas revistas femininas de moda, por exemplo, o<br />

estabelecimento (e imposição) desse padrão cria um jogo de poder e controle com a leitora,<br />

que é estimulada a consumir produtos e serviços para que seu corpo, através do vestuário,<br />

possa alinhar-se ao modelo de corpo magro, esbelto e bem vestido.<br />

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